O treinador Paulo Bento cumpriu apenas um jogo e perdeu-o, perante a Albânia, mas pode entrar para a história como o primeiro selecionador luso a participar em três fases de qualificação bem-sucedidas.
Depois de ter apurado Portugal para o Europeu de 2012 e o Mundial de 2014, igualando os feitos de António Oliveira (Europeu de 1996 e Mundial de 2002) e do brasileiro Luiz Felipe Scolari (Mundial de 2006 e Europeu de 2008), Paulo Bento iniciou a campanha rumo ao Europeu de 2016.
A 07 de setembro de 2014, em Aveiro, Portugal perdeu por 1-0 na receção à Albânia e Paulo Bento, já ‘marcado’ pelo insucesso na fase final do Mundial de 2014 (eliminação na fase de grupos), foi despedido e substituído por Fernando Santos.
Sob o comando do técnico que orientou Benfica, FC Porto e Sporting, Portugal somou cinco triunfos, todos por um golo de diferença, e está a um ponto do apuramento, que pode ser selado quinta-feira, na receção à Dinamarca.
Fernando Santos será o 10.º selecionador a contribuir para uma qualificação, sendo que, na campanha rumo ao Europeu de 2016, foi ele a somar todos os pontos.
Se conseguir mesmo o apuramento em Braga, aquele que entrou para a história como o ‘engenheiro do penta’ (logrou um inédito quinto título consecutivo do FC Porto, em 1998/99) tornar-se-á também o terceiro selecionador a conseguir um apuramento sem precisar do último jogo ou do ‘play-off’.
Neste particular, igualará os feitos de Manuel da Luz Afonso, na corrida ao Mundial de 1966, e de Luiz Felipe Scolari, na campanha rumo ao Mundial de 2006.
A história dos apuramentos lusos começou a ser escrita apenas na corrida ao Mundial de 1966 – 36 anos após a primeira edição, realizada em 1930 -, com Manuel da Luz Afonso a selar a qualificação, com enorme ajuda do ‘rei’ Eusébio.
Em 1984, 18 anos volvidos, aconteceu o primeiro apuramento para um Europeu: começou o brasileiro Otto Gloria, que arrancou com dois triunfos e depois perdeu por 0-5 em Moscovo, sendo substituído por Fernando Cabrita, vencedor dos ‘seus’ três jogos, incluindo o 1-0 final à União Soviética.
A terceira qualificação lusa, para o Mundial de 1986, foi conseguida pelo ‘bom gigante’, o malogrado José Torres, que concretizou um sonho no qual, a determinada altura, só ele acreditava e passou por um triunfo na RFA a fechar (1-0).
Dez anos depois, foi a vez de António Oliveira conduzir a equipa das ‘quinas’ ao Europeu de 1996, na primeira aparição da ‘geração de ouro’, que, depois, falhou o Mundial’98, mas chegou ao Europeu em 2000, sob o comando de Humberto Coelho.
Seguiu-se o ‘bis’ de António Oliveira, na corrida ao Mundial de 2002, e dois apuramentos consecutivos pela mão do brasileiro Luiz Felipe Scolari, para o Mundial de 2006 e o Europeu de 2008, depois de ter orientado Portugal no Europeu de 2004, realizado em solo luso.
Carlos Queiroz, o ‘pai’ da ‘geração de ouro’, o técnico campeão mundial de juniores em 1989 e 1991, voltou para levar Portugal ao Mundial de 2010, sendo substituído por Paulo Bento, que selou os apuramentos para o Europeu de 2012 e o Mundial de 2014.
O ex-treinador do Sporting ainda iniciou a campanha rumo ao Europeu de 2016, mas, após o desaire no primeiro jogo, frente à Albânia (0-1 em Aveiro), sem Cristiano Ronaldo, foi despedido e substituído por Fernando Santos, que está a um ponto de selar o apuramento e o ‘hat-trick’ do antecessor.
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