A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) assumiu hoje o acompanhamento das investigações da Polícia Judiciária (PJ) sobre a modalidade, assegurando o empenho “no limite das suas competências, para um futebol mais limpo e digno de um país campeão europeu”.
A PJ anunciou hoje a detenção, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), de “seis homens e a constituição de oito arguidos, com ligações à indústria do futebol, pela presumível prática dos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva, no âmbito da ‘lei da corrupção desportiva’”.
Num comunicado de três pontos, sobre “uma operação das autoridades públicas competentes em investigação relacionada com suspeitas de corrupção no fenómeno desportivo”, a FPF diz que “acompanha de forma regular e é conhecedora o trabalho da UNCC, nomeadamente no que diz respeito ao desporto e ao futebol”.
“A FPF reafirma que Portugal não pode ser terreno fértil para comportamentos e ações criminosas associadas ao futebol; A FPF continuará a trabalhar, no limite das suas competências, para um futebol mais limpo e digno de um país campeão europeu”, remata o organismo.
A PJ deu conta da realização de 16 buscas domiciliárias, em Lisboa, Vila Franca de Xira, Ovar, Gaia, Porto, Fátima, Sesimbra, Loures, Santa Maria da Feira, Sanfins e Ermesinde tendo, além dos detidos, que vão ser ouvidos no pelo Ministério Público no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
Além das detenções, a PJ, que teve “colaboração da EUROPOL e de entidades estrangeiras de monitorização de jogos e a importante cooperação com a FPF”, anunciou a constituição de mais oito arguidos e a apreensão de diverso material relacionado com a prática da atividade criminosa em investigação.
Os seis detidos serão agora presentes ao primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
Estas detenções ocorreram no âmbito da Operação ‘Jogo Duplo’, de combate à corrupção no desporto, que numa primeira fase, tornada pública a 14 de maio do ano passado, 15 pessoas, entre os quais alguns futebolistas, foram detidas por suspeita de “manipulação de resultados de jogos da II Liga de Futebol”, com recurso ao aliciamento de jogadores.
Neste processo investigam-se “factos suscetíveis de integrarem crimes de corrupção passiva e ativa na atividade desportiva”, envolvendo como suspeitos “dirigentes e jogadores de futebol” e outras com “ligações ao negócio das apostas desportivas”, adiantava um comunicado do Ministério Público.
Dos 15 detidos, três ficaram a aguardar julgamento em prisão preventiva.
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