A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) rejeitou hoje ceder a pressões «que sejam ou tentem ser feitas por quem quer que seja» e reforçou a sua autonomia e a de Paulo Bento para fazer opções.

«A Federação Portuguesa de Futebol é liderada de dentro para fora, independentemente de pressões que sejam ou tentem ser feitas por quem quer que seja», garantiu em comunicado, respondendo assim às críticas do presidente do FC Porto, que acusou o organismo de só estar interessado em dinheiro por ter optado por deslocar-se ao Gabão para disputar um jogo particular.

Na nota, publicada no seu sítio oficial na internet, a FPF explica que, por ter uma «liderança que pensa pela própria cabeça e segue uma estratégia clara», optou por jogar fora do país, «tal como fizeram outras grandes seleções mundiais», para obter receitas que lhe permitam «cumprir a sua missão de defender os superiores interesses de todo o futebol português».

A federação recordou ainda que a equipa técnica da seleção portuguesa, bem como todos os seus outros colaboradores, respondem perante a cúpula diretiva, gozando de autonomia nas suas áreas de intervenção direta.

«O selecionador nacional convoca os jogadores que quer e coloca-os em campo de acordo com as suas ideias táticas, durante o tempo que entende adequado», acrescenta o comunicado, reforçando o apoio «sem reservas» às opções de Paulo Bento e dando por encerrado o assunto.

A resposta da FPF surge na sequência de uma nota publicada na página do FC Porto que acusa o selecionador português de estar a fugir às suas responsabilidades e obrigações, e de atacar Pinto da Costa para recuperar a «visibilidade perdida».

No texto, em resposta às «infelizes» declarações do técnico, os bicampeões nacionais consideram que Paulo Bento «parece preocupar-se mais com o FC Porto do que com os adversários que enfrenta no campo».

«O FC Porto tudo fará para preparar bem os seus jogadores, para que possam contribuir para uma vitória da seleção nacional em Israel, mas infelizmente constatamos que o selecionador nacional não fez o mesmo, como é sua obrigação», lê-se na página oficial do FC Porto.

Na quinta-feira, Paulo Bento respondeu às palavras do presidente do FC Porto, que criticou a gestão do tempo de utilização de alguns jogadores no jogo Portugal-Gabão, considerando excessivos os 72 minutos que João Moutinho esteve em campo.