O campeão da Europa Nani contou hoje à FIFA a sua história de vida dentro e fora do futebol, considerando que a sua vivência pode ajudar e inspirar outros jovens com infância difícil.

“Sempre tive de lutar muito por tudo o que alcancei na vida. Passei por muito desde criança e continuo a lutar pelo que desejo. Acreditei muito que era possível e estou muito orgulhoso por cada conquista. Quero mostrar ao meu filho quem sou, de onde vim e que nem tudo foi fácil. Espero ser um exemplo para outras crianças, a minha história pode ensinar-lhes muito", disse o jogador, de 29 anos.

Nani, que esta época vai representar o Valência, entende que a sua história “pode ensinar muito às crianças”, nomeadamente na “luta e procura da felicidade”.

“Não devemos abandonar os nossos sonhos. Se lutarmos, vão acontecer coisas boas. Não há dúvida de que o futebol me salvou de problemas em miúdo. Não vou dizer que nunca fiz nada de errado, mas tudo para mim girava em torno do jogo. Foi assim que me livrei das coisas más”, confessou.

Na conversa com a FIFA, a inevitável abordagem à estreia no apuramento para o Mundial2018, na terça-feira, com visita à Suíça, no Grupo B, no início de outro sonho, que é conquistar o inédito título mundial.

“Claro que queremos ser campeões. Quando se ganha algo, a mentalidade não pode mudar. Não há garantias de que possamos ganhar sempre, mas podemos continuar a sonhar e conquistar coisas como aconteceu no Europeu. Contra a Suíça temos de começar da melhor maneira e, desde início, tentar impor as nossas qualidades”, frisou.

Nani diz que “o futebol é um jogo de sonhos” e que é esse o caminho de Portugal, tentando repetir o feito do Euro2016.

“Temos de ver o que acontece na qualificação do Mundial, mas vamos tentar levar Portugal o mais alto possível”, prometeu.

Nani recorda ainda o Euro2016, o momento em que ficou com a braçadeira de ‘capitão’ pela lesão de Cristiano Ronaldo e o gesto do madeirense que lhe ofereceu a ‘bola de prata’.

“Marcámos os mesmos golos no Europeu e fiquei realmente agradecido pelo presente. Foi um gesto simpático que me tocou. Ele disse-me: 'Estou a dar-te isto pela tua atitude, por todo o teu esforço e por tudo o que fizeste nesta equipa, porque ajudaste muito'", revelou Nani.

O extremo recordou o “momento triste” da lesão do ‘capitão’ na final com a França, alguém por quem o grupo nutre “grande respeito” e que “lutou muito” pelo êxito.