Silvio Berlusconi, que vendeu hoje o AC Milan a um grupo de investimento chinês depois de 31 anos na presidência do clube, assegurou que será sempre o primeiro adepto da equipa italiana de futebol.

“Abandono hoje, depois de mais de 30 anos, o título e o cargo de presidente do Milan. Faço-o com dor e emoção, mas consciente que o futebol moderno implica, para se ser competitivo ao mais alto nível europeu e mundial, investimentos e recursos que uma única família não pode mais assumir”, reconheceu Berlusconi, numa carta publicada no site oficial do clube milanês.

Dirigindo-se aos ‘tifosi’ dos ‘rossoneri’, o antigo chefe do governo italiano assegurou que será sempre “o adepto número um do Milan”, a equipa que o seu pai o ensinou a amar ainda criança.

“Nunca poderei esquecer as emoções que o Milan me proporcionou, que nos proporcionou a todos. Nunca esquecerei todas as pessoas que me permitiram ter a sorte de presidir a um clube tão ganhador”, acrescentou o homem que se tornou presidente em 1986.

Silvio Berlusconi desejou ainda sorte aos novos proprietários chineses, esperando que alcancem ainda melhores resultados do que ele alcançou.

O AC Milan foi vendido ao Rossoneri Sport Investment Lux, um grupo de investimento chinês, por 740 milhões de euros (ME), anunciou hoje o antigo presidente do clube.

Ao logo dos 31 anos na presidência do emblema milanês, Berlusconi conquistou 29 troféus, entre eles oito campeonatos italianos, cinco Liga dos Campeões, cinco supertaças europeias, duas taças intercontinentais e um título mundial de clubes.

O líder do Rossoneri Sport Investment Lux é o empresário chinês Li Yonghong, que deverá ser nomeado presidente do AC Milan na sexta-feira, durante a Assembleia Geral do clube.

“Os termos do acordo são os mesmos que foram tornados públicos em agosto, que avaliavam o clube em 740 ME e identificavam, em 30 de junho de 2016, uma dívida de 220 ME”, refere o comunicado conjunto da Fininvest, de Berlusconi, e do Rossoneri Sport Investment Lux.

Na nota é referido que foram ainda adicionados 90 ME para despesas operacionais desde julho do ano passado.

Ainda no mesmo comunicado, o comprador comprometeu-se em aumentar “significativamente o capital e fornecer liquidez para fortalecer a estrutura financeira do AC Milan”.