É um dos casos que promete dar que falar no futebol italiano. Donato Trotta, presidente do Serino 1928, clube dos campeonatos de promoção em Itália, ordenou a retirada da sua equppa do relvado, depois de o árbitro do encontro ter dirigido insultos racistas contra o seu guarda-redes, o senegalês Gueya Ass Dia.

Num comunicado publicado na página do clube, o presidente do Serimo 1928, um clube amador, conta que o guarda-redes foi expulso a 16 minutos do final do jogo frente ao Real Sarno quando vencia por 2-1, depois de protestar uma decisão do árbitro. Diz o clube que o árbitro auxiliar levantou a bandeirola, assinalando fora-de-jogo mas o árbitro principal assim não entendeu, validando o golo. O guarda-redes terá protestado da decisão, e o árbitro não perdeu tempo e expulsou-o. Na altura da expulsão, o árbitro terá dito, 'Vai-te embora, preto'. Antes, quando as duas equipas se preparavam para dar o pontapé-de-saída, terá dito ao mesmo guarda-redes para não posar para a fotografia da equipa, usando também expressões de índole racista.

Donato Trotta conta que, após a expulsão, foi até ao balneário falar Gueya Ass Dia e que encontrou o guarda-redes senegalês em lágrimas. Ao tomar conhecimento do que se tinha passado, subiu ao relvado e deu ordens para a equipa abandonar o relvado, quando o jogo estava empatado a dois golos.

"Quando vi o meu jogador em lágrimas percebi que tinha de tirar a equipa de campo porque não podia permitir que alguém pisasse a dignidade dos meus jogadores. Foram ultrapassados os limites", explicou Donato Trotta.

"Essas pessoas devia ser expulsas do futebol. É uma vergonha que em 2019 ainda haja racismo. Este é o segundo ano que acontecem estes episódios, várias vezes relatados, mas os responsáveis pela arbitragem em Itália continuem a ignora-los", pode-se ler no comunicado.

O Serimo 1928 quer agora que o comportamento do árbitro seja investigado e ameaça não entrar em campo na próxima ronda, frente ao San Vitaliano, se não forem tomadas medidas.