O Pro Pátria Aurora, clube do quarto escalão do futebol italiano, foi condenado a disputar uma partida à porta fechada, devido aos insultos racistas a jogadores do AC Milan, num particular na quinta-feira.
Em comunicado, a associação Liga Pro, de que faz parte o Pro Pátria e as equipas dos escalões inferiores do futebol italiano, esclarece que o castigo foi decidido pelo juiz desportivo Pasquale Marino, em articulação com o representante da Associação Italiana de Arbitragem Roberto Calabassi.
A Liga sublinha que o juiz desportivo, além de enviar o relatório do jogo para os responsáveis da divisão cimeira do futebol italiano (à qual pertence o AC Milan), alertou para a possibilidade de novas sanções no caso dos adeptos do Pró Pátria voltarem a proferir insultos racistas.
Pasquale Marino sustentou que este caso assume “particular gravidade”, uma vez que “os atos de discriminação racial ocorreram numa partida amigável, sem a tensão própria dos jogos de competição”, que “embora não sirvam de justificação, podem constituir uma atenuante para a sanção”.
Este juiz desportivo recordou que o Pró Pátria já havia sido condenado esta época a uma multa de 5000 euros por um episódio semelhante.
Os incidentes da passada quinta-feira levaram os jogadores de futebol do AC Milan a abandonar a partida, depois de terem sido alvo de insultos racistas por parte de elementos das claques locais.
O encontro, que se disputava na localidade de Busto Arsizio, província de Varese (Lombardia), foi suspenso aos 26 minutos da primeira parte, depois do treinador do Milan, Massimiliano Allegri, ter ordenado aos seus companheiros que abandonassem o relvado, na sequência de insultos racistas dirigidos ao avançado ganês nascido na Alemanha Kevin-Prince Boateng.
Após o incidente, Silvio Berlusconi, proprietário do Milan e ex-chefe do governo italiano, garantiu que a sua equipa voltará a abandonar as quatro linhas no caso de se produzirem episódios semelhantes.