Os responsáveis da Universidade para Estrangeiros de Perugia implicados na ‘farsa’ do exame de italiano para o futebolista uruguaio Luis Suárez poder jogar pela Juventus foram suspensos de funções durante oito meses.
A Guarda de Finanças transalpina suspendeu a reitora da universidade, Giulian Agrego, o diretor Simone Olivieri e os professores presentes no exame, Stefania Spina e Lorenzo Rocca, todos implicados na facultação prévia do teste a Suárez.
São acusados de “revelação de segredo profissional para ganho patrimonial e falsidade documental”, num processo que visava ainda “conseguir um retorno positivo de imagem” para a instituição e para a Juventus.
Sem mais vagas para atletas extracomunitários, a Juventus, na qual atua o português Cristiano Ronaldo, é também acusada de ter ajudado à “farsa” que contribuiria para ajudar a dar a Suárez a nacionalidade transalpina, num processo que passaria sempre pelo exame de língua italiana.
“O conteúdo da prova [exame de nível B1] foi previamente comunicado ao próprio jogador, vindo a predeterminar o resultado e a pontuação da prova”, justifica o ministério o público.
Em escutas permitidas pelo ministério público, a professora Stefani Spina, encarregada de preparar o exame, reconheceu que o professor Lorenzo Rocca “fez uma simulação” a Suárez com quem acordou as perguntas.
Spinia admitia ainda que o uruguaio não falava “uma palavra” de italiano e “não sabia conjugar os verbos”, pelo que “aprovar um exame de duas horas nestas condições não é fácil”.
Ainda assim, a docente garantia que Suárez ia passar o exame, pois “com um vencimento de 10 milhões (de euros) por época, não pode reprovar por não ter um B1”.
Em 24 de setembro, Luis Suárez assinou pelo Atlético de Madrid.
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