O futebol tem muitas máximas e uma das mais conhecidas é que “em equipa que ganha não se mexe”. Porém, o FC Porto é a antítese de sucesso deste lema, provando que é possível vencer, mudar e continuar a vencer. Tem sido assim nos últimos anos e a estratégia mantém-se intocável no Dragão.

Saiu Vítor Pereira, bicampeão nacional, e entrou Paulo Fonseca, o treinador revelação de 2012-13, depois de conduzir o modesto Paços de Ferreira ao último lugar do pódio, com direito à vaga de acesso ao play-off da Liga dos Campeões. Um risco calculado por Pinto da Costa, que há já três décadas mostra ter um instinto apurado sobre os treinadores que escolhe para o FC Porto. Aliás, a história portista mostra um total de oito (!) técnicos que se estrearam a ganhar com a Supertaça Cândido de Oliveira.

Paulo Fonseca chega sem títulos aos dragões, mas com a herança de uma equipa tricampeã e a responsabilidade de retocar uma formação desfalcada no mercado de transferências pelos negócios milionários. Da equipa titular da última época saíram João Moutinho e James Rodriguez para o Mónaco, num negócio avaliado em 70 milhões de euros.

Reconstruir o meio-campo é agora a prioridade de Paulo Fonseca, mas num cenário onde terá bem mais opções, face às chegadas de Herrera, Quintero, Josué, Carlos Eduardo, entre outros.

E se é certo que o emblema portista ainda sonha com o brasileiro Bernard, a verdade é que o mercado pode ainda ditar uma saída de última hora, com o assédio ao colombiano Jackson Martínez a constituir a maior ameaça sobre a equipa. O goleador de 2012-13 tem apenas o argelino Ghilas como alternativa e os 40 milhões de euros da cláusula de rescisão estão ao alcance de um qualquer ‘tubarão’ do futebol europeu.

Os dragões terão ainda de proceder a alguns retoques no plantel, tendo em conta os 28 elementos atualmente disponíveis. No entanto, e à exceção do russo Marat Izmailov, Paulo Fonseca tem uma equipa quase na máxima força para a decisão da Supertaça, em Aveiro. Com pouco mais de um mês de trabalho, o treinador de 40 anos deve apostar neste arranque na base da última época, deixando a integração de algumas novidades para mais tarde.

Os dragões perseguem a 20ª vitória nesta competição, num domínio inequívoco de uma prova com apenas 34 edições.