Benfica e FC Porto vão abordar a decisão da Supertaça Cândido de Oliveira, na quarta-feira, em Aveiro, com uma “alta pressão” de triunfarem no primeiro duelo oficial da temporada 2023/24, reconhece o ex-futebolista Paulo Madeira.

“São duas grandes equipas, que querem ganhar e demonstrar logo desde o princípio que estão fortes. O Benfica teve algumas contratações e equilibrou um pouco mais o plantel. Quanto ao FC Porto, não direi que tenha quase uma base definida, mas manteve mais os parâmetros da época passada. As equipas estão muito similares”, avaliou à agência Lusa o ex-defesa central das ‘águias’ (1989 a 1995 e 1997 a 2002), que venceu a prova em 1989.

O campeão nacional Benfica e o FC Porto, vencedor da Taça de Portugal, vão disputar a 45.ª edição da Supertaça na quarta-feira, às 20:45, no Estádio Municipal de Aveiro, que receberá pela 13.ª ocasião, e quarta seguida, a decisão do primeiro troféu da temporada.

“É sempre bom começar a ganhar. Não é um mero jogo, já que decide uma competição e pode ser importante em termos anímicos para moralizar a equipa que ganhar. É provável que haja uma pequena quebra nos momentos seguintes por parte de quem perder, mas isso vai diluindo quando começarem o campeonato e os jogos a cada três dias”, anteviu.

Na sequência de preparações “um pouco distintas” de cada rival, Paulo Madeira acredita numa “melhor resposta” do Benfica face ao FC Porto, que se impôs em 10 dos últimos 15 clássicos e é o recordista de conquistas na Supertaça, com 23, contra oito dos lisboetas.

“É uma incógnita estar a planear que pode ganhar A ou B. Muitas vezes, estes jogos são decididos nos pormenores. Obviamente, os dois conjuntos não vão estar no seu melhor. Daquilo que vi, senti uma equipa do Benfica ainda muito presa, algo que é normal nesta fase. É muito difícil ver o FC Porto a perder, mas isso já aconteceu na pré-época”, frisou.

De fora deve ficar o avançado Gonçalo Ramos, que está prestes a rumar ao bicampeão francês Paris Saint-Germain, com o antigo internacional português, de 52 anos, a admitir que a estratégia do treinador do Benfica, o alemão Roger Schmidt “terá de ser alterada”.

“Tem tudo aquilo que um avançado deve ter. Claramente, a proposta financeira foi muito boa para o clube. Vai ser uma perda neste início de temporada e vamos ver quem virá. O Benfica já deve ter um plano B e tudo nos leva a crer que precisará de ir ao mercado por causa de um ponta de lança. Não digo que arranje um com as características do Gonçalo Ramos, algo que vai ser difícil, mas alguém que venha para ser importante”, enquadrou.

Quanto à dupla de meio-campo para encarar o FC Porto, Paulo Madeira espera qualquer possibilidade, mesmo que a presença de Florentino “como um ‘seis’ fixo” possa dar “mais liberdade” ao turco Orkun Kökçü, que se tornou o reforço mais caro de sempre do futebol português, ao render 25 milhões de euros fixos (ME) ao campeão neerlandês Feyenoord.

O período de transferências proporcionou também a chegada do lateral esquerdo David Jurásek (ex-Slavia Praga), após a saída em fim de contrato do influente Grimaldo (Bayer Leverkusen), bem como o regresso do extremo Ángel Di María, de 35 anos, que alinhou nos italianos da Juventus em 2022/23 e é campeão mundial de seleções pela Argentina.

“É uma contratação de peso, que já tinha estado neste clube [entre 2007 e 2010] e fez os adeptos delirarem. Não o irão ver agora com a mesma pujança de há 13 anos, mas, em termos de recorte técnico, de finalização ou de outros pormenores, estamos perante um futebolista de altíssimo nível, que, eventualmente, vai ajudar e será uma peça crucial em muitos jogos. Vemo-lo muito a atuar como extremo direito, mas a vir para dentro”, notou.