Os campeões nacionais partem para a segunda volta do campeonato no terceiro lugar, com 39 pontos, a um do Sporting de Braga e a oito do líder Benfica, que bateu na quinta-feira o lanterna-vermelha Paços de Ferreira (2-0), em duelo antecipado da 20.ª jornada.
“Andamos um bocadinho mais esfomeados. Temos o Sporting de Braga e o Benfica à nossa frente e temos de dar à perna, senão fica difícil. Já tivemos uma boa vitória contra este Sporting no Dragão [3-0, para a terceira ronda], mas a seguir perdemos em Vila do Conde [frente ao Rio Ave, por 1-3]. Neste momento, acho que o desafio para os atletas é este. Ganhámos uma taça, mas quarta-feira é para ganhar essa batalha na Madeira, que vai ser importante para ganharmos outra vez a guerra em maio. [O título] É feito dessas batalhas e vitórias, que são tão ou mais importantes como estes jogos mais mediáticos”, expressou o técnico, em entrevista à SportTV+, no final do triunfo sobre os ‘leões’ (2-0).
No Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, os golos do canadiano Stephen Eustáquio (10 minutos) e do espanhol Iván Marcano (86) sentenciaram a final da 16.ª edição da prova mais jovem do futebol profissional português, que os ‘azuis e brancos’ nunca tinham vencido, após já terem perdido em 2009/10, 2012/13, 2018/19 e 2019/20.
“É principalmente um objetivo cumprido num jogo difícil, mas nas outras duas finais que tínhamos disputado merecíamos mais do que não ter ganhado esta taça. O Sporting fez uma excelente primeira parte, ajustámos ao intervalo e melhorámos na segunda. Depois da expulsão [de Paulinho], fomos gerindo o encontro. Foi uma vitória merecida”, avaliou.
Os últimos dois desaires tinham acontecido sob orientação de Sérgio Conceição, que, à quinta participação na ‘final four’ da Taça da Liga, completou o seu palmarés individual e do FC Porto - vencedor de 30 edições da I Liga, 18 Taças de Portugal, 23 Supertaças Cândido de Oliveira e quatro do extinto Campeonato de Portugal - nas provas nacionais.
“Foi uma taça do grupo de trabalho. Alguns jovens da nossa formação deram excelente resposta nas meias-finais com o Académico de Viseu [vitória por 3-0]. O Cláudio Ramos não tem muitos minutos, mas esteve muito bem nesta competição e os jogadores mais experientes deram uma resposta fantástica. O Pepe jogou algo limitado nesta segunda parte, o Otávio também estava assim em termos físicos. É de louvar este espírito. Tenho profissionais de excelência e um grupo com qualidade humana acima da média”, notou.
O FC Porto passou a deter pela primeira vez os quatro principais troféus nacionais em simultâneo, numa partida em que surgiu inicialmente disposto num ‘4-4-2’ losango, mas mudaria para um ‘4-3-3’ clássico face à exploração dos flancos por parte do Sporting.
“O Matheus Uribe foi a nossa âncora à frente dos defesas centrais para permitir que eles dessem cobertura aos nossos laterais quando disparassem sobre os laterais contrários. Metemos Stephen Eustáquio e Otávio como médios interiores, Mehdi Taremi a ‘10’ e os dois alas a virem mais alto. Tivemos de ajustar, com o ala do lado da bola a acompanhar sempre os laterais do Sporting, para não sofrermos como na primeira parte”, enquadrou.
Sérgio Conceição lembrou que já tinha experimentado esse figurino tático aquando da conquista da Supertaça Cândido de Oliveira frente ao Tondela, da II Liga, por 3-0, em julho de 2022, no arranque de uma época em que se tornou o treinador mais titulado da história do FC Porto, ao chegar às nove conquistas, para ultrapassar o ‘rei’ Artur Jorge.
“Às vezes, não nos conseguimos impor tão bem por mérito do adversário. O Sporting tem nuances diferentes no seu jogo, muita mobilidade dos médios e avançados em apoio e a fazerem contramovimentos. Ao criar superioridade numérica na zona da bola, chega com facilidade ao lado contrário e cria muitas dificuldades. Nós tínhamos de nos precaver em relação a isso, daí eu já ter dito por mais do que uma vez que este ‘3-4-3’ do Sporting é fácil de desmontar a olho nu, mas difícil de contrariar”, sustentou o técnico, de 48 anos.
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