Definitivamente, o FC Porto não se dá bem com os ares da Madeira. Esta quinta-feira a equipa treinada por Julen Lopetegui voltou a perder com o Marítimo, agora por 2-1, e falhou a final da Taça da Liga. Evandro ainda deu vantagem aos "dragões" mas Rodrigo Galo e Marega selaram a reviravolta ainda no primeiro tempo. FC Porto fica só com a Liga e a Champions. Já o Marítimo, volta a uma final de uma competição 20 anos depois. Na final da Taça da Liga irá defrontar o Benfica.

A semana de preparação do jogo não foi a melhor para o FC Porto. Se Ivo Vieira apenas se viu privado de Danilo e Gegé, nas seleções de Portugal e Cabo Verde, respetivamente, Lopetegui só começou a receber os muitos internacionais na segunda-feira, sendo que alguns viajaram diretamente para a Madeira. Para complicar ainda mais, o Camacha, que tem um protocolo com o Marítimo, proibiu os "dragões" de treinarem nas suas instalações.

Lopetegui montou uma equipa com segundas escolhas que voltou a não dar resultado. Tal como quando foi eliminado da Taça de Portugal em casa pelo Sporting, as segundas opções voltaram a falhar. Ricardo Pereira foi lateral direito, José Angel jogou na esquerda, Evandro no meio-campo e Hernâni e Quaresma nas alas. Apenas os homens das alas, principalmente Hernâni, pareciam mais dispostos a vencer o jogo.

O extremo ex-Guimarães teve soberana oportunidade aos 15 mas rematou às malhas laterais. Aos 18 foi Oliver Torres a falhar na cara de Salin após grande passe de Quaresma. Aos 32 chegou o golo de Evandro, num remate de pé esquerdo à entrada da área. O melhor período dos "dragões" era coroado com um merecido golo.

Só que a partir daí só por uma vez, já na parte final, por Aboubakar, o FC Porto criou uma situação de golo. Entre o golo de Evandro e o intervalo, o Marítimo aproveitou duas desatenções da defensiva azul-e-branca para dar a volta. Aos 37, Ricardo mediu mal o tempo de entrada, deixou a perna que Xavier aproveitou para "sacar" um penálti. Xistra não teve dúvidas e marcou, Rodrigo Galo atirou para um lado e Helton para outro. Aos 45, após dois ressaltos na área, Marega saltou sozinho e bateu Helton, fazendo o resultado final.

O FC Porto tinha 45 minutos para dar a volta ao jogo mas, tal como aconteceu no jogo da Primeira Liga (derrota com o Marítimo por 1-0), foi incapaz de criar perigo e saber lidar com o bloco baixo do Marítimo. Os madeirenses ganhavam todas as segundas bolas, chegaram sempre primeiro, eram mais agressivos, mostravam mais querer. As opções de Lopetegui para o segundo tempo foram um fracasso total. Tello, Brahimi e o jovem Gonçalo Paciência nada trouxeram ao jogo. Aboubakar jogou sempre longe da área, nunca conseguiu combinar com os colegas mas também raramente ganhou uma bola aos defensores maritimistas. Os médios não chegavam á área quando era preciso, jogaram sempre longe da baliza.

No final, Lopetegui voltou a queixar-se da arbitragem, no lance que deu origem ao empate. Já Ivo Vieira esta radiante com o triunfo. Vitória histórica do Marítimo que volta a uma final, 20 anos depois. Esta é a 3.ª final da sua história, sendo que perdeu as outras duas, na Taça Portugal: em 94/95, derrota por 2-0 com o Sporting e em 2000/01 e derrota por 2-0 com o FC Porto. Foi também a segunda vez que o Marítimo afastou o FC Porto numa meia-final, já que tinha feito o mesmo na Taça de Portugal em 1994/95, numa vitória por 1-0.

Esta derrota faz com o que o FC Porto não esteja numa final de uma competição interna pelo segundo ano consecutivo. Foi também o quinto jogo sem vencer na Madeira, transformada por estes dias na Ilha de todos os pesadelos dos "dragões". Ainda no que toca a números, foi também a primeira vez que os azuis-e-brancos sofreram uma reviravolta nos Barreiros, em 42 jogos disputados para todas as competições. A equipa vai poder agora concentrar-se no campeonato e na Liga dos Campeões.

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