Foi sem surpresas que o Benfica goleou o Lusitânia na sexta-feira e seguiu em frente na Taça de Portugal em futebol.
As diferenças entre uma equipa de elite, que joga a Champions e é a campeã nacional e um emblema do quarto escalão do futebol português ficou bem patente nos 90 minutos, apesar da boa réplica dos comandados de Ricardo Pessoa. O Lusitânia foi igual a si própria, tentou jogar, com critério, de pé para pé, mesmo sabendo que seria muito difícil ferir o Benfica.
A velocidade e capacidade técnica dos jogadores encarnados fizeram a diferença, num jogo de pouca história, apesar do susto que o Benfica apanhou no final do primeiro tempo, quando o Lusitânia reduziu para 1-2.
FOTOS: As melhores imagens da partida
Num jogo onde Roger Schmidt fez algumas mudanças, já a pensar no duelo com a Real Sociedad da próxima terça-feira para a Liga dos Campeões, olhamos um pouco para os jogadores que tem jogado pouco no Benfica e que mereceram a confiança do técnico alemão.
Samuel Soares: Ocupou o lugar de Trubin na baliza e não comprometeu. É verdade que foi muito pouco solicitado mas, quando chamado ao jogo, respondeu com boas defesas, como quando defendeu para canto dois tiros de fora da área de Gonçalo Cabral, aos 24 e 43 minutos. No segundo esteve apenas a apanhar chuva.
Bernat: O lateral esquerdo espanhol ainda está à procura da melhor forma. Fez 45 minutos, quase sempre no meio-campo contrário, mas pouco acrescentou a nível ofensivo. Destacou-se principalmente nos passes. Tentou não arriscar muito, antes de ser rendido por Jurasek ao intervalo.
Chiquinho: Voltou a ser titular e também a mostrar que pode ser útil. É ele que desmarca Rafa com um grande passe para o 2-0. Também é ele que ganha a bola a meio-campo para deixa-la limpa em Gonçalo Guedes antes de o extremo isolar Arthur Cabral para o 3-1.
Tiago Gouveia: esperava-se que Roger Schmidt pudesse lançar Tiago Gouveia no onze mas o jovem extremo só entrou aos 76 minutos. Ainda foi a tempo de deixar a sua marca no encontro, fazendo o 4-1, numa grande jogada individual onde levou a bola praticamente do seu meio-campo, antes de uma finalização de classe. Soma apenas 23 minutos em dois jogos esta época no Benfica, mas já mostrou que merece mais
Arthur Cabral: Ao oitavo jogo, Arthur Cabral finalmente conseguiu fazer o primeiro golo de águia ao peito. O avançado que custou 20 milhões de euros mais cinco milhões dependentes de objetivos desportivos aos cofres encarnados tarda em justificar o investimento. Falhou um golo de forma incrível, mostrou falta de confiança nalguns lances, discutiu com alguns jogadores de campo e do banco do Lusitânia. A sua finalização no lance do 3-1, picando a bola por cima do guarda-redes, é de classe, e os adeptos do Benfica esperam ver mais lances desses no futuro.
Tengstedt: O jovem dinamarquês de 23 anos continua a mostrar dificuldades de entrosamento com os colegas, apesar de estar no Benfica desde o início de janeiro de 2023. O avançado teve pouca bola, e das poucas que teve, desperdiçou, como o cabeceamento para fora aos 11 minutos, após centro de Aursnes. Saiu ao intervalo, sem poder deixar a sua marca no jogo.
Momento-chave: Arte e letra de João Mário
Num campo pesado, fustigado pela chuva que não parou de cair durante 90 minutos, era importante o Benfica marcar cedo para encarar o resto do jogo com mais tranquilidade, e quebrar o adversário. Porque nestes jogos de Taça, quando o 'grande' demora a marcar ao 'pequeno', o nervosismo do mais favorito ajuda a equipa tida como mais fraca a transcender-se, o que leva a surpresas às vezes.
Mas João Mário não estava por aí virado e meteu classe na finalização aos cinco minutos, a passe de Aursnes: calcanhar, na pequena área, para um grande golo.
Os Melhores: João Neves à antiga
1,74 metros, 66 kg, 19 anos e pilhas que nunca mais acabam. João Neves é um médio à antiga e faz questão de nos lembrar isso até pela forma como se equipa. Em campo, é o único com a camisola por dentro dos calções. Depois corre, e corre, e corre, e corre, e nunca se cansa. Farta-se de recuperar bolas, de subir no terreno, de conduzir, de fazer a equipa jogar. Um craque.
Em tarde 'não': Relvado não ajudou
A muita chuva que caiu durante o dia em Angra do Heroísmo foi demais para o relvado do Estádio João Paulo II. O terreno foi ficando pesado, com buracos, o que impedia a bola de circular sem problemas, dificultando tanto o Benfica como o Lusitânia, equipas que gostam de um futebol de pé para pé.
Apesar da goleada, há dados que preocupam: o Benfica sofreu golos em seis dos sete jogos realizados fora de casa esta época (só o Estoril não marcou na receção aos encarnados). Outro dado que chama a atenção: O Benfica já cometeu seis grandes penalidades esta época em todas as provas, duas delas cometidas por Aursnes.
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