A presença da Académica de Coimbra na final da Taça de Portugal, garantida na terça-feira diante da secundária Oliveirense, representa uma “nova festa”, ansiada há muito tempo, segundo o antigo futebolista e treinador da “Briosa” Artur Jorge.

O ex-selecionador português, e que foi campeão europeu pelo FC Porto em 1987 como técnico, representou os “estudantes” entre 1965 e 1969, mas falhou a última presença da equipa conimbricense no Estádio Nacional, precisamente há 43 anos, por estar a cumprir o serviço militar.

«Ótimo. Eu fico muito contente por isso ter acontecido, com mérito, e agora esperemos que a final corra da melhor maneira possível. Depois deste tempo todo, ir a uma final, é formidável. É ótimo para os jogadores e para as pessoas, que de certeza vão marcar presença no estádio. É uma nova festa de que se estava à procura há muito tempo», disse à Agência Lusa.

Para Artur Jorge, «quem vai a uma final merece sempre estar numa final», desafios «muito importantes em que tudo pode acontecer» e nos quais é necessário «um bocadinho de sorte para que tenham felicidade», pois, «quando se ganha uma Taça de Portugal é qualquer coisa que não se esquece nunca na vida».

«Nessa altura eram duas equipas boas, de muita qualidade, com ótimos jogadores. Era uma final acompanhada por toda a gente. Evidentemente, não podem ganhar as duas, mas as imagens que ficaram na nossa cabeça são fantásticas. Gostávamos que as coisas tivessem corrido de outra maneira, mas estar na final é qualquer coisa que nenhum de nós esquece mais», continuou, relembrando a presença na final de 1967.

Então, a Académica perdeu o troféu para o Vitória de Setúbal (3-2), seguindo-se nova final com o Benfica, em 1969 - o terceiro desaire seguido no jogo decisivo depois de ser o primeiro clube a conquistar o “caneco” (1938/39), numa final frente aos "encarnados".

Sobre a impossibilidade de ajudar a sua equipa na última vez que a Académica esteve na final da prova (1969), Artur Jorge reconhece as limitações devido à “tropa”, em Mafra, que o impossibilitava de estar nos treinos e de ser chamado «com toda a razão, porque é preciso as pessoas estarem completamente disponíveis para uma final».

Contudo, no ano seguinte, já com a camisola do Benfica, o avançado marcou dois dos três golos das “águias” (3-1) na conquista da Taça de Portugal diante do rival Sporting.

A Académica de Coimbra, orientada por Pedro Emanuel, apurou-se para a final ao empatar 2-2 na visita à Oliveirense, à qual já tinha ganho em Coimbra, por 1-0, e após ter eliminado o campeão nacional, FC Porto, na quarta ronda.

Em maio, no Estádio Nacional, os “estudantes” vão enfrentar Nacional ou Sporting, que se defrontam hoje na Choupana, após o 2-2 de Alvalade.