Um ano depois, o Benfica volta a chegar “ferido” ao Jamor, mas é, ainda assim, claro favorito a vencer a 74.ª final da Taça de Portugal em futebol, frente a um Rio Ave em busca da história.
Em 2012/13, o “onze” de Jorge Jesus perdeu o troféu para Vitória de Guimarães (1-2), que nunca o tinha ganho, 11 dias após o desaire na final da Liga Europa, com o Chelsea, enquanto agora só terão passado quatro desde novo desaire na final da segunda competição da UEFA, nos “penaltis” (2-4), com o Sevilha.
A situação, geral, é, porém, bem diferente, pois enquanto o ano passado jogava para não acabar a época em “branco”, num final de época que acabou em pesadelo, o Benfica joga desta vez para o pleno interno, depois dos triunfos na I Liga e na Taça da Liga.
Face a uma equipa que procura entrar para a história da prova como o 13.º vencedor, o Benfica também joga para a história, uma primeira época com três títulos e a 10.ª “dobradinha” (campeonato + taça), feito que não consegue há 27 anos, desde 1986/87.
A cabeça de muitos jogadores “encarnados” ainda estará a pairar sobre Turim, nos erros próprios, alguns, e alheios, vários e decisivos, do árbitro alemão Felix Brych, mas há que esquecer, pois, como disse Jesus, o tempo já não anda para trás.
O que certamente ajudará é o regresso de Enzo Perez, Markovic e Salvio, três “peças” que falharam por castigo a final da Liga Europa e fizeram muita falta. Por outro lado, Jesus perdeu Sulejmani e é uma incógnita se Garay e Siqueira recuperam.
Do lado do Rio Ave, o treinador Nuno Espírito Santo teve tempo de “sobra” para preparar a final, a segunda que vai disputar com o Benfica esta época, uma dúzia de dias depois de ter perdido por 2-0 a da Taça da Liga, em Leiria.
Esse jogo terá servido ao conjunto de Vila do Conde para perceber como pode “enganar” os “encarnados”, aos quais deu luta na primeira final, sucumbindo à maior eficácia do adversário, vencedor com dois tentos de bola parada (Rodrigo e Luisão).
O favoritismo está todo do lado do Benfica, mas o Rio Ave vai tentar repetir o feito do Vitória de Guimarães, que, há um ano, na mesma situação, conseguiu vencer por 2-1, depois de ter estado a perder, para conquistar o seu primeiro “caneco”.
Os vila-condenses podem inspirar-se nos vimaranenses e em mais 11 triunfos de “pequenos” sobre “grandes” na história das finais, depois de, em 1983/84, ter perdido a primeira oportunidade, ao cair por 1-4 face ao FC Porto.
Para o conseguir o primeiro grande título da sua história, o Rio Ave tem de contrariar também o confronto direto com o Benfica, o facto de só ter ganho – e em casa – três de 46 jogos e já ter perdido três vezes com os lisboetas em 2013/14.
No caminho para o Jamor, a formação da Luz teve um percurso muito mais complicado, já que teve de afastar Sporting (4-3 na Luz, após prolongamento) e FC Porto (0-1 fora e 3-1 em casa), o que já não acontecia desde o trajeto rumo ao triunfo de 1985/86.
Por seu lado, o Rio Ave teve de eliminar Vitória de Setúbal e Académica, ambos batidos nos Arcos por 1-0, e ainda o Sporting de Braga, nas meias-finais: após um “nulo” no Axa, venceu em casa por 2-0, com tentos históricos de Ukra e Ruben Ribeiro.
O Benfica, que procura o 25.º título em 35 finais, e o Rio Ave, em busca do primeiro, à segunda tentativa, defrontam-se no domingo, a partir das 17:15, no Estádio Nacional, no Jamor, com arbitragem de Carlos Xistra, de Castelo Branco.
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