Caldas SC e Benfica protagonizaram um grande jogo de futebol no Campo da Mata, neste último sábado. O Benfica acabou por levar a melhor, mas teve de puxar pelos galões para levar de vencida um Caldas que se exibiu ao melhor nível e vendeu cara a derrota. Apenas nos penaltis é que foi possível encontrar um vencedor. Os encarnados seguem assim para a próxima eliminatória da Taça de Portugal.
O autocarro ficou lá fora
Para este encontro, Roger Schmidt não fez tantas alterações no onze inicial como se poderia esperar. Hélton Leite, Gilberto, Brooks, Draxler e Rodrigo Pinho foram as caras novas na equipa encarnada relativamente ao jogo diante do PSG. Já José Vala apenas mexeu em duas peças com as entradas do guardião Wilson e do médio Miguel Rebelo.
Aqueles que esperavam um Caldas encolhido e 'estacionado' em frente à sua área para deter a avalanche ofensiva do Benfica acabaram por ver a sua previsão totalmente furada; a equipa da casa nunca se reteve apenas ao seu meio-campo, procurando, sempre que possível, pressionar o adversário logo junto à sua grande área. Mostrando grande disponibilidade, os homens de José Vala taparam por completo o corredor central, obrigado o Benfica a canalizar o seu jogo pelas faixas.
Com superioridade numérica no meio-campo, os 'pelicanos' recuperavam muitas bolas em zonas adiantadas, numa dessas ocasiões, João Silva encheu-se de fé e disparou do meio da rua com um remate que Hélton Leite apenas conseguiu desviar para o poste, naquela que foi a melhor oportunidade da primeira parte.
Benfica marca mas Caldas parte a loiça
Perante as dificuldades sentidas no primeiro tempo, Roger Schmidt fez entrar Diogo Gonçalves e Petar Musa para os lugares de Florentino e Rodrigo Pinho. A aposta acabou por dar resultado pois aos 52 minutos Musa tirou dois adversários do caminho e, à entrada da área, rematou cruzado para o 1-0
Nos minutos seguintes, e embalado pelo golo marcado, Musa teve duas flagrantes ocasiões de aumentar a vantagem em dois minutos consecutivos, contudo, as ambições do croata acabaram sempre por esbarrar no guardião Wilson.
Apesar de estar em desvantagem, e depois de alguns minutos de maior desacerto, o Caldas voltou a pressionar e a procurar a baliza de Hélton. A equipa da casa nunca perdeu a sua identidade e viria a ter a sua persistência recompensada. Aos 74 minutos, um erro de António Silva foi aproveitado da melhor maneira por Gonçalo Barreiras para, na cara de Helton, restabelecer a igualdade.
Até final o Benfica intensificou a sua pressão sobre o adversário, procurando chegar novamente à vantagem; aí, e já com algumas fragilidades físicas, a 'Armada da Rainha' fez-se valer do seu espírito de entreajuda para segurar o empate e levar o jogo para prolongamento.
No tempo extra a toada foi idêntica com o Benfica sempre por cima e em busca do golo perante um Caldas que ia conseguindo tapar os caminhos da baliza de Wilson e, mesmo quando não o conseguia, o guarda-redes dos 'Pelicanos' lá estava para intervir.
Nos penaltis, uma justa recompensa por aquilo que fez o Caldas, o Benfica acabou por ser mais competente, vencendo por 5-3; Clemente foi o único jogador a falhar da marca dos onze metros.
O momento-chave
Corria o minuto 74, o Benfica encontrava-se em vantagem quando, na tentativa de construir uma jogada desde a zona defensiva, António Silva deixou fugir a bola; um erro imediatamente aproveitado pelo recém-entrado Gonçalo Barreiras que se isolou e, na cara de Hélton, fez o golo do empate, levando o Campo da Mata à loucura.
O melhor
O guarda-redes Wilson Soares não costuma ser o titular da baliza do Caldas nos jogos da Liga 3. Todavia, a exibição diante do Benfica certamente levará o treinador José Vala a repensar essa situação. O guardião foi quase intransponível, mostrando-se sempre muito atento e ágil ao negar uma mão cheia de ocasiões de golo flagrantes ao Benfica.
O pior
Florentino Luís esteve longe do seu fulgor habitual. A fazer o seu 18º jogo da temporada, o médio encarnado teve sempre muitas dificuldades para controlar os ímpetos ofensivos do Caldas na primeira parte. Florentino não conseguiu arranjar antídoto para contrariar a forte pressão do meio-campo adversário, levando-o a perder algumas bolas em zona defensiva. Acabou por ser substituído ao intervalo.
O que disseram os treinadores:
José Vala: "Nunca metemos o autocarro. Fomos grandes"
Roger Schmidt: "Não fomos muito inteligentes, principalmente na primeira parte"
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