O Belenenses procura encarar “com a maior naturalidade possível” o dérbi lisboeta de futebol com o histórico rival Sporting, da terceira ronda da Taça de Portugal, que o clube pretende disputar “com alegria e responsabilidade”.
“Estamos a tentar preparar com a maior naturalidade possível, como se fosse outro jogo qualquer. Um pouco mais ao pormenor, pois o adversário tem um pormenor mais elevado, mas a respeitar as nossas dinâmicas e sem alterar as coisas, para disputar o jogo com alegria e responsabilidade”, frisou à agência Lusa o treinador Nuno Oliveira.
Depois de um treino intenso do conjunto que milita no Campeonato de Portugal, que equivale ao quarto escalão, Nuno Oliveira, de 34 anos, afirmou que “qualquer equipa pode ganhar a qualquer equipa”, embora reconhecendo as distintas realidades entre as duas formações, o que não implica um Belenenses com mudanças no estilo de jogo.
“Espero ver dentro de campo um Belenenses à Belenenses, ser aquilo que nós somos, divertirmo-nos e ter prazer a jogar à bola, com responsabilidade de saber que estamos num jogo grande, mas sermos nós próprios é uma coisa essencial”, alertou o técnico.
Se “zero por cento de chances não existe para ninguém”, o Belenenses partirá para a partida consciente de que não vai a dominar, ao contrário do que tem sido habitual nos últimos anos, mas Nuno Oliveira crê que pode haver ocasiões para surpreender.
“Podemos ter bola e mostrar alguma qualidade no processo ofensivo, mas sabemos que temos de estar muito bem defensivamente, pois o Sporting é muito perspicaz e vertical na maneira como trabalha o seu momento ofensivo. Temos de trabalhar bem a nível defensivo e também de contra-ataque, que poderá ser uma arma boa”, analisou.
Como “nenhuma equipa é perfeita”, vão tentar explorar alguns pontos “menos fortes” dos ‘leões’, pensamento que o médio Mauro Antunes também assume, porque “quem veste a Cruz de Cristo ao peito tem de entrar com ambição de vencer todos os jogos”.
Formado no Sporting durante nove anos, dos petizes aos juvenis, o jogador lembrou a “grande formação, uma das melhores da Europa”, onde teve “muitas aprendizagens como jogador e como homem”, bem como uma amizade com o ‘leão’ Ricardo Esgaio.
“Convivemos ainda cinco ou seis anos no Sporting. Quando o Ricardo vence ou tem sucesso na carreira, parabenizamo-nos um ao outro. É a relação normal de quem conviveu em alguma parte da vida”, contou à Lusa, acrescentando que não falaram ainda do jogo, embora o centrocampista tenha a camisola de Esgaio ‘debaixo de olho’.
Calhar o Sporting no sorteio foi um “sentimento agridoce” para Mauro Antunes, que é um dos ‘capitães’ do Belenenses, enquanto o avançado Bruno Botas, um dos ‘homens-golo’ da formação, relatou à Lusa que “a malta ficou toda eufórica”, apesar dos treinos estarem a decorrer “com tranquilidade e normalidade”, como faz parte do quotidiano.
“Estamos a prever que esteja uma boa casa aqui no Restelo. O jogo é numa sexta-feira à noite, ainda por cima. Vai haver uma boa enchente neste estádio belíssimo. Devido à dimensão do clube, estamos habituados a jogar com muitos adeptos, em casa ou fora. Este jogo com o Sporting vai ser diferente, vai ter muito mais gente, mas o Belenenses traz muitos adeptos bons e fiéis, que vão a todo o lado”, disse o dianteiro, de 34 anos.
É precisamente “uma excelente casa” que a direção do Belenenses espera, para além de “um dia de grande propaganda para o futebol português e para a Taça de Portugal”, uma prova onde o clube do Restelo tem “grandes tradições”, pois consta no palmarés com três troféus, conquistados nas temporadas de 1941/42, 1959/60 e 1988/89.
Belenenses e Sporting defrontam-se sexta-feira, às 20:45, no Estádio do Restelo, para a terceira eliminatória da Taça de Portugal, na reedição de um dérbi lisboeta centenário que já se disputou 248 vezes, mas nunca num panorama tão díspar entre os clubes.
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