O FC Porto defrontará com abnegação o recém-campeão nacional Sporting na decisão da Taça de Portugal, tendo em vista uma terceira conquista consecutiva, tal como aconteceu de 2008/09 a 2010/11, projeta o ex-futebolista Chaínho.
“É fundamental saber jogar finais e jogar na Taça de Portugal. É algo diferente. Eu tive a sorte de ganhar duas, mas a experiência era outra no segundo ano e esse conhecimento foi um fator fundamental. O Sporting tem essa situação de querer fazer a ‘dobradinha’ e o FC Porto não quer acabar a época sem troféus. Isso também importa e, por aquilo que já conheço daquele clube nestes momentos, existe ali uma vontade extra de querer sempre mais”, expressou à agência Lusa o ex-médio angolano dos ‘dragões’, entre 1998 e 2001.
FC Porto, segundo clube mais titulado, com 19 troféus, sete abaixo do recordista Benfica, e Sporting, terceiro, com 17, vão medir forças no domingo, a partir das 17:15, no Estádio Nacional, em Oeiras, na final da 84.ª edição da segunda competição mais importante do futebol nacional, que conta com arbitragem de Fábio Veríssimo, da associação de Leiria.
“As taças têm sido sempre intensas nos últimos anos. Vai ser um grande jogo entre duas equipas que se respeitam e são intensas. Em termos de expectativas, eu acho que neste momento está 50/50 e não meto ninguém à frente. Por norma, a equipa que estiver mais inspirada e tiver mais vontade vai ganhar. As equipas conhecem-se e encaixam-se bem, porque já disputaram tantos jogos entre si. O que faz a diferença é a criatividade”, atirou.
FC Porto e Sporting já se cruzaram por 13 vezes nos últimos quatro anos sob alçada de Sérgio Conceição e Rúben Amorim, respetivamente, com Chaínho a esperar os mesmos figurinos do passado recente, apesar das mudanças estratégicas comuns dos ‘dragões’.
“O que irá fazer a diferença dentro de cada modelo são os jogadores, até porque mudam completamente o modo de jogar. Apesar de se conhecerem os sistemas, basta um atleta ser mais ofensivo e outro fechar mais ou menos para alterar essa dinâmica. Há nas duas equipas quem vá jogar a sua primeira final, mas não vejo que haja surpresas. Vão ser os detalhes a definir: como bloquear o Viktor Gyökeres naquele espaço que ele mais gosta, saber travar o Mehdi Taremi nessas diagonais ou limitar na zona central o Pepê”, traçou.
Vencedor de duas Taças de Portugal, em 1999/00 e 2000/01 - a primeira através de uma finalíssima face ao então recém-campeão nacional Sporting (2-0), volvida uma igualdade no primeiro jogo (1-1, após prolongamento), o ex-médio confia que o terceiro classificado da edição 2023/24 da I Liga vai recuperar o hábito de se transcender em jogos ‘grandes’.
“Aquilo que é apanágio do FC Porto passa por dar sempre a volta nos momentos difíceis. Vimos isso na Liga dos Campeões e nos últimos jogos da segunda volta do campeonato. Sendo uma final, ou se chora ou se ri. Obviamente, eles tentarão ganhar o troféu, porque isto é um jogo de tudo ou nada e o último do presidente Pinto da Costa [à frente da SAD]. Vão querer acabar bem, mas eu acredito que o desejo de querer mais do próprio Sérgio Conceição, que sabemos que é um treinador que puxa, irá ser fundamental”, enquadrou.
O clássico assinalará a despedida de Pinto da Costa da SAD do FC Porto, cuja liderança exerce desde 1997, ano da criação dessa sociedade responsável pela gestão do futebol profissional ‘azul e branco’, que passa a ser assumida na terça-feira pelo antigo treinador André Villas-Boas, um mês depois de ter quebrado uma série de 42 anos e 15 mandatos do dirigente mais antigo e titulado do futebol mundial, ao impor-se nas eleições do clube.
“Foi muito mais complicado naquela fase prévia às eleições. Depois, as coisas mudaram. Neste momento, não acredito que haja essa pressão. As coisas são concretas e já estão delineadas. Existe uma nova era e, acima de tudo, há que acabar a época bem”, apelou.
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