Uma comissão de legisladores norte-americanos aprovou na quinta-feira (9) um projeto-lei que proíbe mulheres e crianças transgênero de integrar equipas desportivas que correspondam à sua identidade de gênero.

A Lei de Proteção das Mulheres e Crianças no Desporto procura reduzir a proteção aos direitos civis, que há 50 anos lutam contra a discriminação sexual, para reconhecer o sexo como "baseado exclusivamente na biologia reprodutiva e genética de uma pessoa em seu nascimento".

A iniciativa foi aprovada pela comissão de educação na Câmara dos Deputados, controlada pela oposição republicana, e será discutida em plenário.

"Como mãe e educadora de longa data, abomino a prevalência crescente de homens biológicos a competir em desportos femininos", disse a congressista republicana Virginia Foxx.

Segundo a congressista republicana, que discursou perante à comissão, permitir que atletas transgénero estejam em equipas femininas "nega a igualdade de oportunidades às mulheres".

Os democratas, em contrapartida, responderam que é discriminatório e prejudicial privar atletas transsexuais de competir.

O tema gera discussões em salas de aula, instituições educacionais, grupos feministas e associações desportivas de todo o país. Em alguns Estados, estas desportistas são proibidas de competir.

Os conservadores argumentam que as mulheres transgénero têm uma vantagem injusta sobre as suas rivais não transgénero, pois poderiam ter maior massa muscular e densidade óssea, além de outros fatores físicos que aumentariam a sua velocidade e a força.

No entanto, várias associações feministas e personalidades do desporto, como a futebolista Megan Rapinoe, apoiam a inclusão de mulheres transgénero nas competições femininas.

"Existem questões prementes que afetam meninas e mulheres no desporto, incluindo assédio e agressão sexual, desigualdade de recursos e desigualdade salarial”, disse o congressista democrata Mark Pocan.

Embora tenha poucas hipóteses de ser aprovado no Senado, de maioria democrata que é contrária à medida, o projeto é parte de um esforço dos conservadores de conter a promoção da identidade transgênero.

No primeiro dia na Casa Branca, o presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva contra a discriminação baseada no gênero ou na orientação sexual.