O Comité Olímpico de Portugal (COP) considera que o Governo mostrou não reconhecer ao desporto suficiente importância política ao deixar o setor de fora do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES).
Em carta dirigida ao secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, o COP mostra-se muito crítico em relação àquilo que diz ser uma ausência do desporto no PEES, aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros e publicado no sábado em Diário da República.
“No entendimento do COP existe uma conclusão óbvia a extrair desta situação: o Governo de Portugal não reconhece ao desporto suficiente importância política para ser incluído no seu Programa de Estabilização Económica e Social”, lamenta o COP.
Segundo o organismo, “a ausência de uma resposta governamental agudiza as vulnerabilidades de um setor que representa cerca de 2% do PIB europeu e que agora se vê condicionado no desenvolvimento da principal atividade geradora de receitas”.
O COP sublinha o período de enorme incerteza, devido à pandemia da covid-19, com a maioria das modalidades ainda sem poderem organizar competições ou a organizá-las apenas à porta fechada, “sem receitas de bilheteira”.
“Além de se ignorar, de forma preocupante, qualquer referência ao Desporto, constata-se ainda que algumas das medidas apresentadas são expressamente financiadas pelas receitas dos Jogos Sociais do Estado, cujo volume de negócio é também gerado por esse produto que, como setor, foi, novamente, ignorado: o Desporto”, acrescenta o COP.
No comunicado, publicado no sítio oficial na Internet, o organismo liderado por José Manuel Constantino diz ainda que no documento do governo “houve escolhas e opções”, reiterando a crítica de que a ausência desportiva “espelha a pouca importância política”.
A finalizar, o Comité Olímpico “apela” a uma reapreciação do assunto, para que seja possível incluir ainda o desporto como um beneficiário do programa.
O Programa de Estabilização Económica e Social, aprovado na quinta-feira pelo Conselho de Ministros e publicado no sábado à noite no Diário da República, vigorará este ano para responder à crise provocada pela pandemia da covid-19.
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