O crescimento do número de praticantes de patinagem artística sentido pelo Rolar Matosinhos nos últimos três anos estará alicerçado na presença da modalidade como oferta do Desporto Escolar e no sucesso da série de televisão venezuelana 'Soy Luna'.
Essa é, pelo menos, a convicção dos responsáveis do Rolar Matosinhos, uma associação desportiva, sem fins lucrativos, que celebra este sábado o seu 30º aniversário.
A presidente do clube há sete mandatos (12 anos), Luísa Lopes, sublinha que, nos últimos anos, a modalidade superou mesmo em número de atletas federados o hóquei em patins.
De acordo com dados recolhidos pela treinadora Fernanda Ferreira junto da Federação de Patinagem de Portugal para a sua tese de mestrado, em 2022 estavam federados 7.028 patinadores artísticos e os seus resultados em competições internacionais totalizam 420 medalhas, das quais 12 títulos mundiais e 127 europeus.
“Nos últimos 10 anos temos tido um incremento enorme de atletas. Atualmente temos cerca de 130, incluindo seis ou sete seniores, o que não é muito comum”, aponta a presidente do clube, Luísa Lopes.
Um sucesso que também traz dores de crescimento.
“Temos uma escassez de recursos, mas, felizmente, temos corpo técnico excelente que trabalha muito além dos horários”, sustenta Luísa Lopes.
A este crescimento não será alheia a presença da modalidade como oferta no Desporto Escolar, bem como o sucesso da série juvenil ‘Soy Luna’, em que a protagonista praticava patinagem.
No seu caso particular, Luísa Lopes teve contacto com a patinagem há 16 anos, a pedido da filha, na altura com seis anos.
“Começou a pedir-me para vir. Um dia passámos pelo pavilhão, parámos e cá estamos desde então”, contou à agência Lusa a presidente do Rolar Matosinhos.
As dificuldades por que o clube passou, há 14 anos, levaram-na, juntamente com outro pai, a tomar as rédeas da associação.
Os pais são mesmo o motor numa modalidade “sem grande visibilidade”, o que torna “difícil conseguir patrocínios”.
“Na Taça da Europa, a Federação [de Patinagem de Portugal] paga as deslocações até aos cadetes, mas, nos juvenis, nos juniores e nos seniores são os pais que têm de pagar. E se quiserem o acompanhamento do treinador, o valor da deslocação também é dividido pelos pais dos atletas”, explica.
A participação no recente Campeonato do Mundo, na Colômbia, em setembro, foi um exemplo.
“A presença [do treinador] era muito cara e, então, pedimos um apoio extraordinário à União de Freguesias de Custóias, Leça do Balio e Guifões, que irá ajudar com cinco mil euros. Permitiu poupar aos pais metade do que iriam gastar”, frisa Luísa Lopes.
Da parte da Câmara de Matosinhos recebem um apoio anual de 50 euros por cada atleta, para além da disponibilidade do pavilhão para treinar.
O Rolar Matosinhos é uma associação desportiva, sem fins lucrativos, cujo foco principal é o ensino da Patinagem Artística enquanto atividade competitiva e como ferramenta de desenvolvimento físico-motor e intelecto-emocional.
Integra duas classes, de iniciação e a equipa de competição. Na competição, praticam-se duas disciplinas, ‘solo dance’ e pares de dança, nos escalões de benjamins, infantis, iniciados, cadetes, juvenis, juniores e seniores.
Já na iniciação, recebem atletas “a partir dos quatro anos”, revela o coordenador técnico, Hugo Chapouto.
Aqui inclui-se a RM Academy, uma escola de patinagem lançada em novembro de 2021 e coordenada por Pedro Craveiro, que conta atualmente com mais de 60 crianças entre os quatro e os 10 anos.
Na calha estão mais dois projetos, que devem sair do papel previsivelmente em 2024. Um dirigido a adultos e outro de patinagem adaptada.
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