Quase 40 mil pessoas trabalhavam no setor do desporto em Portugal em 2018, praticamente mais 14 mil do que em 2011, um crescimento de 57,8%, aponta um estudo europeu da área hoje revelado.

Em 2011, trabalhavam em desporto 23.883 pessoas no país, um número que cresceu para 37.680 em 2018, o que significa mais 13.797 postos de trabalho nesse período.

Os resultados foram apurados pelo projeto European Sector Skills Alliance for Sport and Physical Activity (ESSA-Sport), que em Portugal foram coordenados pela Escola Superior de Desporto de Rio Maior em articulação com o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

A evolução registada nos anos estudados permitiu aproximar Portugal das médias europeias, com o peso deste setor na empregabilidade total no país a passar de 0,54% para 0,82%, próximo dos valores médios dos 28 países da União Europeia, que registam 0,79% em 2018, mais nove centésimas do que em 2011.

Apesar do aumento em termos absolutos, registou-se um crescimento na desigualdade de género no setor, com uma subida no número de homens na profissão de 51,3% para 55,8% dos números totais, com as mulheres a descerem de 48,7% para 44,2%.

Os números lusos seguem a tendência da UE, na qual as mulheres compunham em 2011 47,9% dos postos de trabalho, passando para 45,6% sete anos depois.

Este aumento foi sobretudo impulsionado por um crescimento de mais de uma dezena de milhar de postos de trabalho nas profissões específicas e profissionais, de atletas e jogadores a treinadores, árbitros, instrutores de ‘fitness' e de outras atividades de exercício físico, que em 2018 eram 19.128, um aumento de 135,3% em relação a 2011, quando eram 8.129.

Segundo o estudo, nesta categoria, intitulada "número total de pessoas com uma ocupação específica do desporto", o crescimento na UE foi de 19,2%, bem abaixo dos números em Portugal.

Dentro deste parâmetro específico, o peso das mulheres foi reduzido de 37,9% para 31,8% no período em estudo.

Há menos trabalhadores independentes no desporto, que passou de 15,9% em 2011 para 13,5%, com um aumento, por seu lado, nos que trabalham por conta de outrem (de 84,1% para 86,5%).

Ainda assim, há menos pessoas empregadas em tempo integral, uma descida de 5,3% para 73,2% em 2018, ‘compensado' no aumento do tempo parcial, que agora representa 26,8% dos números totais.

Outro indicador que denota evolução no período analisado é o do grau de formação de quem trabalha em desporto, com 45,3% a apresentarem ensino superior, comparado com 41,1% de 2011. Apenas 24,5% detêm apenas o ensino básico (era 24,1% em 2011).

A margem etária dominante é a compreendida entre os 25 e os 49 anos de idade, ocupando 76,5% de todos os postos de trabalho específicos, um aumento de 11%.

Nas organizações desportivas, o número total de pessoas que trabalham num destes organismos subiu de 21.145 para 30.811, sendo agora composto por 60,2% de trabalhadores em profissões não específicas do desporto.

Dentro deste campo, contam-se profissionais de áreas como os serviços e vendas, artesanato, gestores, profissionais de comunicação, administrativos ou serviços de limpeza e outras "profissões elementares", a maior fatia (11,9%).

Em Portugal, o estudo foi coordenado por Abel Santos, Alfredo Silva, Diogo Carmo, Elsa Vieira, Pedro Sobreiro e Cristina Almeida, docentes em Rio Maior, e teve como objetivos "analisar e definir o mercado de trabalho do desporto", perceber as principais tendências do setor e descrever o estado da formação específica.

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