O Governo considerou hoje que o desporto tem sido sempre “tratado com deferência” durante a pandemia de covid-19, e garantiu que o setor vai beneficiar indiretamente do recém-aprovado Programa de Estabilização Económica e Social (PEES).

“Temos estado sempre atentos às dificuldades e temos tratado o desporto com a deferência que merece, durante esta pandemia, aprovando medidas de exceção para atletas, seleções e organismos”, disse o secretário de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD) à Lusa, à margem da inauguração de uma ciclovia em Torres Vedras.

João Paulo Rebelo garantiu que o PEES, publicado em Diário da República no sábado, “inclui um conjunto de medidas que contemplam o setor nas suas várias vertentes”, apesar de este não surgir diretamente mencionado.

Na terça-feira, o Comité Olímpico de Portugal (COP) considerou que o Governo “não reconhece ao desporto suficiente importância política para ser incluído no seu Programa de Estabilização Económica e Social”.

João Paulo Rebelo garantiu que o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) está a estudar vários programas de apoio ao setor, alguns dos quais têm como base de trabalho propostas apresentadas pelo COP.

Entre as propostas em estudo, está, segundo o governante, a que defende que mais 4% da receita do Placard seja alocado ao desporto, assim como os montantes não distribuídos, para a criação de um fundo especial de apoio ao setor.

João Paulo Rebelo assegurou que o “Governo tem estado atento às dificuldades do desporto”, garantindo: “Estamos a avaliar tudo o que é financiamento na área do desporto e a forma como podemos fazê-lo”.

Após a declaração de pandemia, em 11 de março, as competições desportivas de quase todas as modalidades foram disputadas sem público, adiadas – Jogos Olímpicos Tóquio2020, Euro2020 e Copa América -, suspensas, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais, ou mesmo canceladas.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 411 mil mortos e infetou mais de 7,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.497 pessoas das 35.600 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.