As medidas do Governo após a primeira Cimeira das Federações Desportivas não corresponderam às expectativas, motivo pelo qual as federações nacionais vão voltar a reunir-se em janeiro, explicou hoje o presidente da Confederação do Desporto de Portugal (CDP).

Em declarações à agência Lusa, Carlos Paula Cardoso sublinhou a importância de voltar a “auscultar das federações”, agora que “passaram quase seis meses” sobre a primeira reunião, para tomar o pulso às “coisas que evoluíram e às expectativas que não foram cumpridas” no que diz respeito aos apoios do governo para combater os efeitos da pandemia de covid-19 no desporto.

“É preciso salvar o desporto em Portugal e o princípio do novo ano será a altura indicada para o fazer. Será uma cimeira para isso mesmo, para tentarmos encontrar as linhas mestras que o desporto vai precisar para uma retoma. Continuamos com muitos problemas e precisamos de encontrar soluções”, resumiu o presidente da CDP.

O dirigente admitiu que houve “alguns avanços” desde que as federações se reuniram na primeira cimeira, em 15 de julho de 2020, tais como “o grupo de trabalho sobre a retoma” das competições desportivas em contexto de pandemia, mas voltou a frisar que “ficou tudo muito aquém do pretendido”.

“Pensamos que é altura, ao fim de seis meses, de voltarmos a falar entre as federações, com a envolvência do Comité Olímpico de Portugal, Comité Paralímpico de Portugal e a Confederação do Desporto de Portugal, para tentarmos que os problemas sejam resolvidos”, referiu.

Os três organismos anunciaram hoje que vão realizar a segunda Cimeira das Federações Desportivas em 12 de janeiro de 2021.

"Face aos crescentes e cada vez maiores desafios colocados ao desporto português no contexto da pandemia de covid-19, esta iniciativa das três instituições ganha agora mais corpo com a adesão da Comissão de Atletas Olímpicos, da Comissão de Atletas Paralímpicos e da Confederação de Treinadores de Portugal", informam, em comunicado conjunto.

Na primeira Cimeira das Federações Desportivas, as 52 entidades participantes "aprovaram, por unanimidade, uma moção entregue ao Governo e à Assembleia da República, com propostas que visavam a retoma do desporto em segurança e a criação de condições para a sustentabilidade do tecido associativo de base, seriamente posto em causa pela pandemia".

Os promotores do evento denunciam agora a “ausência de resposta política efetiva” por parte do Governo, face “aos problemas apresentados pelo Desporto, patente na aprovação do Orçamento de Estado para 2021, que não contemplou qualquer das propostas contidas na moção então aprovada” na cimeira.