O presidente da Rússia, Vladimir Putin, nomeou, esta terça-feira, um novo ministro do desporto, Oleg Matytsin, substituindo Pavel Kolobkov numa altura em que o país enfrenta o escândalo da proibição no desporto mundial devido a vasto escândalo de doping.

"Ele tem uma visão moderna dos problemas. Estou otimista quanto ao futuro. Terá a nossa compreensão e apoio”, congratulou-se Iouri Ganous, diretor da Agência Antidopagem da Rússia (Rusada), e um dos grandes críticos do sistema vigente.

Matytsine, 55 anos, é o presidente da Federação Internacional do Desporto Universitário e autor de livros científicos sobre desporto, tendo a sua nomeação sido saudada por vários agentes.

Em 09 de dezembro, a Rússia foi excluída pela Agência Mundial Antidopagem (AMA) por quatro anos de todas as competições desportivas internacionais, incluindo Jogos Olímpicos Tóquio2020 e Paris2024, bem como Mundial2022 de futebol, por ter falsificado dados antidopagem.

O país não se liberta do escândalo que começou em 2015 com a revelação de doping institucional praticado desde 2011 e que envolvia altos funcionários, agentes secretos e frascos de urina traficados.

Iouri Ganous tem defendido que as autoridades desportivas do país são culpadas pelo escândalo, pedindo a Vladimir Putin uma grande limpeza no desporto, livrando-se dos prevaricadores.

Um antigo ministro do desporto, Vitali Mutko, que tinha sido banido dos Jogos Olímpicos por conhecimento da batota, também foi substituído, contudo promovido a vice-primeiro ministro do governo de Dmitri Medvedev.

O presidente do comité Paralímpico russo, Vladimir Lukin, congratulou-se pelo facto de o ministro que agora cessa funções “nada ter a ver com os tristes eventos relacionados com o doping”.

As sanções a que a Rússia está sujeita preveem que alguns atletas comprovadamente limpos possam participar em competições internacionais, contudo sob bandeira neutra e sem o hino da Rússia.

O castigo pesado surgiu depois de a AMA considerar que a Rússia “manipulou” os dados do laboratório que lhe foram transmitidos em 2019, numa fase em que o mesmo procurava recuperar a acreditação internacional.

Vladirmir Putin considera “injustas” as sanções ao seu país.