O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, hoje reeleito para um novo mandato de quatro anos, afirmou a ambição de “deixar o movimento olímpico preparado para o mundo pós-covid-19”.
Questionado pelos jornalistas após o primeiro dia de assembleia-geral do COI, a 137.ª Sessão, sobre se o último ano foi o mais desafiador, com o adiamento de Tóquio2020 para este verão, Bach explicou que liderar o organismo desde 2013 “foi sempre desafiador”.
“Tivemos de começar logo com reformas a seguir à eleição. Isso também é verdadeiro para o próximo período, onde a tarefa é deixar o movimento olímpico preparado para o mundo pós-covid-19, que será muito diferente do mundo a que estávamos habituados”, avaliou.
Assim, a assembleia-geral terminará com a apresentação, pelo Conselho Executivo, da “visão do movimento olímpico para depois da pandemia”. “Vamos continuar a mudar, a transformar desafios em oportunidades, e vamos continuar proativos”, declarou.
Antes, no discurso de abertura da assembleia por via telemática, inicialmente planeada para Atenas, já tinha aludido à “Agenda Olímpica 2020+5”, aludindo à primeira, sem o “+5”, que guiou o período até aqui.
Citando o fundador do COI, Pierre de Coubertin, que tinha destacado a importância da “herança do passado para construir o futuro” para relançar o movimento olímpico para a era moderna, também o organismo atual tem de “se manter unido e transportar valores” para os novos tempos.
De resto, o alemão disse ainda que o mundo precisa “de mais solidariedade, dentro das sociedades e entre as sociedades”, a maior lição que a pandemia de covid-19 trouxe, porque hoje em dia, afirmou, “já ninguém pode resolver os problemas sozinho”.
“Tornou-se óbvio que a diferença social se alargava. Os países ricos ficaram mais ricos e os países pobres ficaram mais pobres”, atirou.
Na conferência de imprensa, questões sobre Tóquio2020, nomeadamente sobre a sua viabilidade e a presença de público do estrangeiro nas bancadas, foram remetidas para outros dias, assim como sobre os eventos de teste para os Jogos de inverno Pequim2022.
Ainda assim, durante o discurso aos membros do COI, Bach destacou o apoio recente das Nações Unidas, do G20 e do G7 como provas de que o evento pode ser “um símbolo de unidade global sobre a covid-19”.
Lembrando que Tóquio é “a cidade organizadora mais bem preparada de sempre”, o trabalho com o Governo japonês prossegue para que o evento possa ser “uma manifestação segura de paz, solidariedade e resiliência humana”, garantido que não tem qualquer dúvida do seu arranque com a cerimónia de abertura no dia 23 de julho.
O alemão de 67 anos recebeu uma votação quase unânime, com 93 votos a favor, um contra e quatro abstenções, numa altura em que os Jogos de Tóquio2020, adiados para este verão pela pandemia de covid-19, têm questões de segurança, viabilidade e presença de público estrangeiro como principais dúvidas.
Já este ano, o COI definiu Brisbane, na Austrália, como “cidade favorita” para receber os Jogos de 2032, como parte de um novo processo de candidatura e seleção de organizadores que hoje defendeu e cuja Agenda2020, na qual ficou delineada a partir de 2014, foi aprovada por unanimidade.
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