Portugal teve hoje um dia especialmente bem-sucedido nos Jogos Europeus da Polónia, com a conquista de duas medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze, divididas entre a canoagem e o atletismo.

Começou a canoagem em Cracóvia com o bronze da olímpica Francisca Laia em K1 200 metros, prova imediatamente antes da que tornou Messias Baptista o novo campeão da Europa nesta mesma tripulação, sucedendo ao compatriota Kevin Santos.

Francisca Laia, 29 anos, apostada este ano em apurar o K4 500 metros para os Jogos Olímpicos, fez-se valer do impulso final que lhe garantiu o bronze em 41,058 segundos, a 952 milésimos de segundo do ouro da dinamarquesa Emma Jorgensen (40,106) e a 52 milésimos da prata da sérvia Milica Novakovic (41,006).

Laia ainda celebrava no pontão quando Messias Baptista se lançou para uma prova perfeita, superando toda a concorrência em pista, para garantir o primeiro ouro para Portugal, em 36,845, batendo o sueco Petter Menning, prata, a 0,334 segundos, e o letão Roberts Akmens, bronze, a 0,344.

Na véspera, com o também olímpico João Ribeiro, em K2 500 metros, foi quarto, a 15 milésimos de segundo do bronze e a 45 da prata: as lágrimas de quarta-feira deram hoje lugar a largos sorrisos e longo abraço a Francisca Laia.

Em Chorzow, a cerca de 85 quilómetros de Cracóvia, Auriol Dongmo lançou o peso a 19,07 metros, conseguindo um novo ouro para Portugal e ajudar à causa da manutenção na primeira divisão do campeonato da Europa, integrado no programa de Cracóvia2023, com o único lançamento acima de 19 metros do dia, deixando a alemã Yemisi Ogunleye em segundo, com 18,85, e a sueca Axelina Johansson em terceiro, com 18,32.

Minutos depois, João Coelho fixou novo recorde nacional nos 400 metros, agora em 45,05 segundos, que lhe valeu a prata, apenas superada pelo ouro do norueguês Havard Ingvaldsen, que fez recorde do campeonato com 44,88.

Ao cabo do primeiro dia, Portugal é sexto, com 117,50 pontos, longe dos 14.º, 15.º e 16.º lugares que ditam a despromoção, ainda que tenha tido hoje vários dos ‘garantes’ de bons resultados e marcas

O padel pode garantir a sexta medalha para Portugal – na quinta-feira, Ana Cruz tinha assegurado o primeiro pódio luso, com o bronze em kata, no karaté –, uma vez que Alfonso Fazendeiro e Miguel Oliveira apuraram-se para as meias-finais de pares masculinos, ao baterem os franceses Adrien Maigret e Benjamim Tison por 2-0, pelos parciais de 7-6 e 7-6.

Nuno Deus e Miguel Deus podiam ter-se juntado, contudo perderam ante os jovens prodígios espanhóis Daniel Santigosa e David Gala, por 2-0, pelos parciais de 6-2 e 7-6 (10-8).

Em Krynica-Zdrój, Rui Bragança teve um momento de hesitação, no último segundo, que lhe custou a derrota e afastamento logo no primeiro combate, que liderava por 10-5 a cinco segundos do fim e por 10-7 a 0,65 segundos do término.

Não saiu do tapete, penalização que lhe garantiria, ainda assim, o triunfo, e acabou por permitir, em menos de um segundo, um rotativo com pontapé nas costas e um soco à frente, em simultâneo, o que possibilitou ao gaulês empatar 10-10 e celebrar o triunfo.

Na estreia do ténis de mesa, Marco Freitas foi o único a ter de passar pela segunda ronda, na qual ultrapassou adversário sérvio por expressivo 4-0.

Em Oswiecim, na natação artística, Portugal conquistou o sétimo lugar na prova técnica por equipas, com 184.6558 pontos, a distantes 93.7508 dos 278.4066 que deram o ouro à Espanha, com mais 29.2921 da Itália, prata, e 35.7350 do que a França, bronze.