O atletismo português entrou aos tropeções nos Jogos Olímpicos Londres2012, mas saiu de cabeça erguida, com Sara Moreira nos 10.000 metros, num dia positivo para a vela e com direito a “diploma” no ténis de mesa.
Portugal não se intimidou com o público da “casa” e eliminou a Grã-Bretanha, por 3-0, alcançado uma inédita presença nos quartos de final do torneio de ténis de mesa por equipas, garantindo o terceiro diploma olímpico à missão, depois de João Costa, no tiro, e Pedro Fraga e Nuno Mendes, no remo.
No duelo entre os mesatenistas mais cotados das duas equipas, Marcos Freitas (31.º ranking mundial) bateu Paul Drinkhall (107.º), por 3-1, e João Pedro Monteiro “imitou” o madeirense e venceu Liam Pitchford pelo mesmo resultado. Em pares, Tiago Apolónia e Monteiro não deram hipóteses à dupla formada por Pitchford e Andrew Bagggaley, triunfando por 3-0.
«É uma vitória histórica para o ténis de mesa nacional. É a primeira vez que Portugal chega este nível e escrevemos uma página histórica. Agora vamos ver onde estes jovens podem ir», afirmou o chefe da equipa lusa, Ricardo Faria.
A fechar o primeiro dia do atletismo na capital britânica, Sara Moreira correu diminuída por uma lesão e foi “no limite” que conseguiu um recorde pessoal na dupla légua (30.16,44 minutos), embora tenha terminado em 14.º, uma posição aquém do “top-10” que ambicionava.
«Sabia que tinha de correr muito perto dos 30 minutos, como se verificou, mas hoje não foi o meu dia, não foi possível, não consegui. Bati o meu recorde pessoal, o que quer dizer que corri no meu limite», afirmou a atleta do Maratona após a corrida em que a etíope Tirunesh Dibaba revalidou o título. O pior é que Sara Moreira não sabe se pode correr os 5.000 metros.
Nas disciplinas técnicas, nenhum dos portugueses passou à final, embora Marco Fortes, no peso, e sobretudo Patrícia Mamona, no triplo, tenham ficado perto. O lançador do Benfica fechou a competição com o 15.º lugar, ao passo que a saltadora do Sporting ficou, como ela própria disse, no “lugar do morto”, o 13.º, a um da qualificação.
Com 20,06 metros ao segundo ensaio, Marco Fortes ficou a 19 centímetros da última vaga e bem longe do recorde nacional que estabeleceu este ano (21,02), enquanto Patrícia Mamona, pouco mais de um mês depois de ter estabelecido o recorde nacional do triplo salto, com 14,52 metros, nos Europeus de Helsínquia, fez 14,11 ao primeiro ensaio e ficou a cinco centímetros da presença na final.
No comprimento, Marcos Chuva saiu de forma modesta, com o 28.º lugar na qualificação, após salto de 7,55 metros no segundo ensaio, longe dos 7,96 que o levaram à final dos Europeus, enquanto Irina Rodrigues foi 32.ª no lançamento do disco com 57,23, distante da sua melhor marca pessoal, 62,91, conseguida este ano.
Alberto Paulo, que correu na série mais rápida dos 3.000 metros obstáculos, terminando no 31.º posto geral, com 8.40,74 minutos, viu uma potencial, mas difícil, repescagem para a final esfumar-se numa queda, enquanto Jorge Paula tentou acompanhar os mais rápidos na sua série de 400 metros, mas pagou cara a ousadia, ao concluir no 41.º lugar final, com 51,40 segundos, bem acima dos 50,43 que já fez este ano.
No campo de regatas de Weymouth, o 470 de Álvaro Marinho e Miguel Nunes, com um 16.º e um terceiro lugares, subiram ao quinto posto da geral, com 35 pontos, a quatro pontos do pódio. Na geral lidera da pelos britânicos Luke Patience e Stuart Bithell, com nove pontos, a Áustria segue em terceiro, com 31.
Em Star, num dia com três regatas (6.º, 12.º e 9.º lugares), Bernardo Freitas e Francisco Andrade desceram à quinta posição, mas também continuam a apontar à regata das medalhas, quando faltam disputar quatro corridas para fechar a primeira fase de classe liderada pelos australianos Nathan Outteridge e Iain Jensen, com 42 pontos. Os portugueses somam 78 e estão a 12 da dupla finlandesa, que segue no terceiro lugar.
Enquanto Afonso Domingos e Frederico Melo se despediram de Weymouth com o 15.º e penúltimo lugar em Star, Gustavo Lima, em Laser, concluiu a jornada no 24.º lugar após oito regatas, de pouco lhe valendo o terceiro lugar na sétima, e Sara Carmo caiu quatro lugares, para 28.º, em Laser Radial.
Na sua estreia, Gonçalo Carvalho, com o cavalo Rubi, qualificou-se para a segunda ronda do concurso individual de “dressage”, ao terminar o Grand Prix na 22.ª posição, com uma pontuação total de 71.520.