Pedro Pablo Pichardo nasceu em Cuba há 31 anos. Em 2017 desertou do país e escolheu Portugal para viver, naturalizando-se logo em dezembro desse mesmo ano, embora só tenha sido autorizado a representar a seleção portuguesa em agosto de 2019.
Desde muito jovem, Pedro Pablo Pichardo começou a dar nas vistas no triplo salto. Ganhou o Mundial Júnior em 2012, ainda por Cuba, e em 2015 tornou-se no 5º triplista da história a ultrapassar a marca dos 18 metros, ao saltar 18,08 metros, ainda sob as cores do país caribenho. Foi medalha de prata nos Mundiais de 2013 e 2015.
Dois anos depois, contudo, em 2017, foi notícia em todo o mundo por ter desertado da seleção cubana durante um estágio na Alemanha, devido a um desentendimento com a Federação de Atletismo de Cuba. Está, por isso, proibido de entrar em Cuba até 2025.
Acabou por aterrar em Portugal, na condição de refugiado. Assinou com o Benfica e pouco tempo depois tornou-se cidadão português.
Só em agosto de 2019 foi autorizado a representar Portugal nas competições internacionais e, na estreia, foi 4º nos Mundiais em Doha, no Qatar. Pelo meio, brilhou na Liga Diamante.
A primeira grande conquista em representação de Portugal surgiu com a conquista do Europeu de Pista Coberta, em março de 2024, na Polónia. Estava dado o mote para o Ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, com a marca de 2021, então um novo recorde nacional.
As medalhas não se ficaram por aí. Em 2022 chegou mais um ouro, com os títulos no Campeonato da Europa, em Munique, no Campeonato do Mundo, em Eugene, já depois de se ter ficado pela prata nos Mundiais de Pista Coberta nesse mesmo ano, em Belgrado.
Em 2023 revalidou o título de campeão europeu de pista coberta, em Istambul, e já em 2024 viu-se batido por outro atleta nascido em Cuba, Jordan Díaz, em representação de Espanha, tendo assim de se contentar com a prata nos Europeus de Roma, em junho último, apesar de ter aí fixado um novo recorde nacional (18,04, ainda que abaixo daquele que é o seu recorde pessoal, de 18,08, nos tempos em que representava Cuba).
Agora, em Paris 2024, volta a ser batido pelo espanhol Jordan Díaz, num duelo que durou até ao fim e em que o rival levou a melhor por apenas dois centímetros.
Tendo como treinador o seu pai, Jorge Pichardo (uma das razões para ter desertado da seleção cubana terá sido precisamente o facto de quererem que mudasse de treinador), Pedro Pablo Pichardo continua a sonhar com aquele que foi sempre um dos seus grandes objetivos, a par do título olímpico: bater o recorde do mundo, os históricos 18,29 metros do britânico Jonathan Edwards, que prevalecem desde 1995.
Comentários