Os anúncios televisivos de um ‘site’ de brinquedos sexuais, que motivaram um bloqueio nas transmissões da qualificação olímpica de curling nos Estados Unidos e Japão, vão ser removidos e substituídos por uma mensagem sobre igualdade, foi hoje divulgado.
Nestes países, as emissoras consideraram que as referências à empresa eram demasiado ‘picantes’ para o público de curling e tinham bloqueado a transmissão do evento que está a decorrer nos Países Baixos e que vai determinar as últimas vagas para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022.
“A transmissão de um torneio de qualificação olímpica claro que deve ser sobre o desporto e não sobre o patrocinador”, referiu o CEO da EDC, empresa que detém a EasyToys.
No comunicado enviado à agência AP, Eric Idema sustentou que o curling merece este tratamento “por ser um dos poucos desportos mistos que está muito à frente do seu tempo”.
Este torneio teve início no domingo, com duplas mistas, mas os fãs norte-americanos não puderam assistir à transmissão em direto, num constrangimento que a WCF justificou como “um problema de direitos do patrocinador”.
Na transmissão internacional em direito era visível o logótipo do EasyToys fixo no gelo e os anúncios ao redor das pistas.
Eric Idema confessou ainda que esperava que a visibilidade da marca contribuísse para “quebrar o tabu que ainda existe em muitos países sobre a sexualidade e esta indústria”.
A empresa assegurou ainda que, quando o torneio recomeçar no sábado, “quase todos” os logótipos da EasyToys, que representam um par de corações ao redor do nome da empresa, serão removidos quer dentro quer ao redor das pistas, permanecendo em menor quantidade.
Em vez dos logótipos, no gelo poderá ler-se a 'hashtag' “#equalityforall” [igualdade para todos, em português].
“Com este slogan, queremos ainda iniciar a discussão sobre o bem-estar sexual e a importância do sexo seguro e agradável para todos”, acrescentou o responsável da empresa.
“Em muitos países essa conversa já está bem encaminhada, mas o boicote confirma-nos que devemos continuar a trabalhar neste tópico e normalizá-lo para um público mais amplo”, concluiu.
Em comunicado, o órgão internacional que gere o curling destacou que tinha estabelecido um contrato com aquela empresa baseado nos “valores da igualdade e respeito por todos”.
“As diretrizes legais, juntamente com as normas sociais que influenciam as políticas de emissoras em certas partes do mundo, provaram ser uma barreira complicada neste evento”, referiu a WCF.
Este acordo foi firmado para “evitar distrações adicionais" aos atletas que "procuram realizar os seus sonhos neste desporto”, disse ainda.
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