O Comité Olímpico Internacional (COI) esclareceu hoje a autarca de Paris, Anne Hidalgo, de que não existem planos “para que uma delegação russa ou bielorrussa, ou que as bandeiras destes países, estejam nos Jogos Olímpicos” de 2024.
“A única possibilidade que se pode considerar é que existam desportistas a nível individual, ou na condição de neutros, como vimos no ano passado no torneio de ténis de França [Roland Garros]”, justificou o COI.
Na resposta a Hidalgo, que tinha dito ser “indecente” uma presença de russos em Paris 2024, caso se mantenha o conflito na Ucrânia, o COI assinalou também a recente presença de atletas no Open da Austrália e em outros desportos profissionais.
"Enquanto a Rússia continuar com a guerra na Ucrânia, desejo que não haja uma delegação nos Jogos Olímpicos Paris2024 [...]. Parecia-me indecente que um país desfilasse como se nada se passasse, que viessem a Paris enquanto continuam a cair bombas na Ucrânia", foram as palavras da autarca
Em entrevista à rádio pública France Info, Anne Hidalgo contrariou uma ideia que tinha deixado no fim de janeiro, em que abria a possibilidade de os atletas russos participarem sob bandeira neutra.
A edil defendeu que a bandeira neutra "não existe na realidade", considerando que os desportistas dissidentes, que se oponham ao presidente russo Vladimir Putin, integrem a equipa de refugiados, numa posição em que se colocou ao lado do presidente da presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que lhe tinha pedido que excluísse os atletas russos, ameaçando com um boicote a Paris2024.
Apesar da posição da autarca da cidade que acolhe o evento, uma possível decisão de aceitar ou não os atletas russos compete ao Comité Olímpico Internacional (COI).
O COI tem revelado “abertura” para a reintegração de russos e bielorrussos, mediante um conjunto de condições, entre as quais a de competirem sob bandeira neutra e sem qualquer símbolo dos seus países, bem como não terem apoiado a guerra, situação que tem sido fortemente criticada pela Ucrânia, que acusa o organismo de “hipocrisia” e ameaçou mesmo boicotar o evento.
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