Um diplomata brasileiro disse hoje que o abrandamento económico e os casos de corrupção no Brasil não afetarão os Jogos Olímpicos de 2016, afirmando que a organização dos mesmos "é um compromisso do Estado e não do governo".
"O Brasil é uma grande democracia, com instituições fortes e que vêm desempenhando o seu papel", disse o encarregado de negócios do Brasil na China, Marcelo Della Nina, numa conferência de imprensa em Pequim.
Como dezenas de outras representações diplomáticas brasileiras pelo mundo fora, a embaixada do Brasil na capital chinesa assinalou hoje o início da contagem decrescente para a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, marcada para 05 de agosto de 2016.
"2014 (ano em que o Brasil organizou o Mundial de futebol) também foi politicamente muito intenso, com eleições presidenciais, e esse contexto de forma alguma afetou a 'Copa'", referiu Marcelo Della Nina, acrescentando: "A única tragédia foi a derrota frente à Alemanha, mas, desta vez, tenho a certeza, o Brasil não sofrerá uma derrota tão dura."
O diplomata realçou também que o evento "é um dos que conta com maior nível de participação do setor privado".
Pelas contas do governo brasileiro citadas naquela conferência de imprensa, o orçamento dos Jogos ronda os 12.000 milhões de dólares (cerca de 1.090 milhões de euros), 57% dos quais assegurados por privados.
"De um modo geral, as obras estão avançadas e dentro do prazo", disse Mónica Tambelli, diplomata encarregue das relações com a imprensa e da promoção dos Jogos na China.
Marcelo Dela Nina foi perentório: "O Comité Olímpico Internacional tem manifestado absoluta tranquilidade em relação aos preparativos. O estado das obras não gera preocupação."
Quando o Rio de Janeiro formalizou a candidatura aos Jogos Olímpicos, há oito anos, a economia brasileira crescia acima dos seis por cento e o então presidente do país, Luís Inácio Lula da Silva, estava no auge da popularidade.
No primeiro trimestre de 2015, a economia brasileira contraiu 0,2% e, entretanto, vários políticos associados ao antigo presidente foram considerados suspeitos de corrupção.
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