O nadador Diogo Ribeiro não esteve na melhor forma em Paris2024, descrevendo a estreia olímpica como uma aprendizagem e reconhecendo ter percebido que precisa de alterar “alguma coisa no treino”.
“Acho que não estou na minha melhor forma aqui, infelizmente. Custa é aceitar que são os Jogos Olímpicos, que é a maior competição das modalidades e não estou na minha melhor forma, mas não trocaria uma final olímpica pelo título mundial. Por isso, estou contente com a época que fiz”, resumiu, depois de falhar a qualificação para as meias-finais dos 100 mariposa, distância em que é campeão mundial em título.
Diogo Ribeiro admitiu que, se calhar, as férias que teve depois do Mundial “interferiram um pouco” na sua prestação olímpica.
“Ninguém sabe, mas apanhei uma bactéria nessas férias, que me condicionaram os primeiros dois meses de treino após isso. Mas, faz tudo parte do processo e tenho 19 anos e tudo o que estou a viver agora, mesmo até aos 20 anos, tudo o que estou a viver é para ganhar experiência e é para perceber o que é que eu posso fazer daqui para a frente da minha carreira”, destacou.
O nadador de 19 anos recordou que todos os anos tem conquistado “algum título” e, mesmo que não ganhe, chega às medalhas, por isso tem de estar “contente porque não houve ninguém a fazer isto na natação” portuguesa.
“Acho que mesmo os portugueses podem e devem pedir mais, porque vim aqui como campeão mundial, mas acho que também têm de agradecer pelo que nós fazemos, porque estamos todos os dias a trabalhar para chegarmos aqui e ninguém quer mais do que nós. Nós somos os que queremos mais fazer os melhores resultados possíveis e dar o máximo de nós”, vincou.
Ribeiro disse ter confiado “no processo de treino de sempre”, lamentando que “feliz ou infelizmente” este só tenha corrido mal agora, precisamente nos Jogos Olímpicos.
“Mas, acho que tinha de acontecer para percebermos que temos de mudar alguma coisa no treino, se calhar. Não sei o quê, vamos tentar descobrir e já no próximo ano tentar voltar às medalhas internacionais”, disse o também campeão mundial dos 50 mariposa.
Depois de falhar o apuramento para as ‘meias’, o jovem luso garantiu que a estreia olímpica foi “uma aprendizagem”.
“Sinto que mesmo sendo campeão do mundo, de juniores, absolutos, bronze europeu, prata mundial, três mundiais de juniores, recorde do mundo juniores... Tudo isso foi uma aprendizagem. Ainda não tenho a experiência, sou novo, 19 anos. Já competi muito entre os maiores nomes da natação mundial, mas sinto que o trabalho realizado até aqui, pelo menos na minha cabeça, foi muito focado naquilo que estava mal no Mundial, que foi os subaquáticos e as partidas”, destacou.
Embora considere que esse trabalho se notou hoje, ao não sair assim “tão atrás dos outros, tanto no início como na viragem”, Ribeiro não sai satisfeito de Paris2024, onde atingiu as meias-finais dos 50 livres – foi ainda 28.º nos 100 livres.
“Sou sincero: mesmo a meia-final não me contentou, até porque eram os 50 livres, era a minha pior prova, entre aspas, era a prova em que eu estava menos preocupado, fui para lá só para tentar bater o recorde pessoal, que é o recorde nacional mesmo assim. Mesmo a meia-final não correu bem, piorei uma décima, estava muito preocupado com o que o rapaz do lado estava a fazer, não estava preocupado na minha série, e paguei o preço, quando cheguei à parede e vi o tempo”, assumiu.
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