A Federação Portuguesa de Vela continua a manter a esperança de juntar a qualificação das classes de kite e 49er às de 470, ILCA 6 e ILCA 7, já garantidas nos Jogos Olímpicos Paris2024, disse hoje o seu presidente.

“Nós somos sempre otimistas. O nosso objetivo inicial era classificar os ILCA 6 e ILCA 7, os 470 e o kite. O 49er é uma classe nova, o nosso objetivo era ter bons resultados. Achamos que é complicado, mas não é impossível”, afirmou à Lusa Mário Quina.

Em agosto, nos Mundiais de Haia, nos Países Baixos, Portugal garantiu três quotas olímpicas: Diogo Costa e Carolina João conseguiram vaga em 470, Eduardo Marques em ILCA 7 e Vasileia Karachaliou em ILCA 6, dependente da naturalização da velejadora grega até março de 2024, caso contrário, a quota será perdida.

Pedro Costa e João Bolina falharam hoje a qualificação da classe 49er para os Jogos Olímpicos Paris2024, terminando no 24.º lugar o Europeu disputado em Vilamoura, no distrito de Faro.

O dirigente elogiou o “desempenho fantástico” da dupla de 49er, que lhe permite continuar a acalentar o sonho da qualificação olímpica.

“Eles são uma excelente equipa, o Pedro Costa e o João Bolina são excelentes velejadores, portanto, têm todos os ingredientes para conseguirem ter bons resultados. (...) Há uma evolução bastante grande porque eles, primeiro, não navegavam juntos e, segundo, não navegavam em 49er, um barco complicado”, explicou Mário Quina.

A dupla ficou fora do Projeto Olímpico depois de uma reavaliação negativa, após os Mundiais, ter levado ao corte do apoio, que ainda advinha dos resultados de Pedro Costa na classe 470.

O presidente da Federação Portuguesa de Vela disse à Lusa que, na sequência do resultado no Europeu de Vilamoura, os dois atletas “vão entrar outra vez” no Projeto Olímpico.

“O nosso objetivo no 49er era mais no longo prazo, e continua a ser. Eles excederam as expetativas, deles e nossas, pela qualidade que eles têm e vamos trabalhar para conseguir melhorar”, reforçou.

Na classe de kite, as “grandes esperanças” estão depositadas “principalmente” em Mafalda Pires de Lima, “que tem feito uma evolução fantástica”, e no irmão Tomás.

Em kite e 49er, a última oportunidade de apuramento será na Semana Olímpica de Hyères, em abril de 2024, com cinco e três vagas disponíveis, respetivamente.

Na vela, a qualificação é garantida para a respetiva classe, abrindo depois espaço para a disputa interna com outros velejadores. Segundo Mário Quina, o nome dos atletas apurados em 470 e ILCA 7 só será conhecido em fevereiro de 2024.

“Os critérios já os comunicámos aos clubes e, portanto, as pessoas já sabem. Será um misto de análise histórica do que os velejadores fizeram até agora e do que irão fazer no princípio do ano e depois haverá uma decisão com base nesses pressupostos”, declarou.

Já no caso de Vasileia Karachaliou, que tem competido por Portugal ao abrigo de uma licença especial da World Sailing, a representação em Paris2024 só acontecerá caso tenha naturalização confirmada até março do próximo ano.

“Ela está em Portugal, é residente em Portugal, está inscrita num clube português, tem licença desportiva portuguesa e fez um pedido de nacionalidade, que está a ser analisado pelas entidades competentes”, disse o presidente da federação, pedindo uma “decisão em tempo útil” para este processo “meramente burocrático, digamos assim, do Estado português”.