A Fundação Olímpica de Refugiados (ORF) assumiu hoje um compromisso com a ONU para reforçar o acesso e a prática de desporto aos deslocados de todo o mundo, como ferramenta de valorização pessoal e inclusão social.

“Nestes tempos difíceis, precisamos mais do que nunca da missão do desporto, de promover a paz e a solidariedade. O desporto permite proteger e apoiar os jovens afetados por deslocamento em todo o mundo”, disse o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI) e da ORF, Thomas Bach.

O memorando, assinado em Madrid com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), vai permitir usar o desporto como “uma ferramenta de inclusão e coesão social, saúde e bem-estar físico e mental, proteção, soluções e construir resiliência e paz”.

O pacto foi assumido em Espanha uma semana depois da ORF e a equipa olímpica de refugiados terem sido agraciados com o Prémio Princesa das Astúrias do desporto.

A ACNUR tem trabalhado em estreita colaboração com a ORF desde a sua criação em 2017 e com o COI desde 1994.

“A ACNUR tem sido um parceiro infalível no cumprimento desta missão. O memorando de entendimento assinado hoje consolida ainda mais o nosso compromisso conjunto de apoiar os refugiados por meio do desporto”, reforçou Bach.

O dirigente revelou que o feedback da ACNUR no terreno dá conta de que a seguir a “comida e abrigo” o que os refugiados mais precisam é de “desporto”.

“Isso porque o desporto é muito mais do que atividade física. É empoderamento. É inclusão. É respeito. É saúde. O desporto está a construir confiança. O desporto é uma mentalidade positiva. É disso que trata a missão da ORF: dar esperança através do desporto àqueles desarraigados por conflito, perseguição ou desastre”, concluiu.

Já o Alto Comissário da ONU, Filippo Grandi, recordou que “pela primeira vez” há mais de 100 milhões de pessoas forças a fugir das suas casas e que “mais do que nunca” o desporto tem um papel a desempenhar nas respostas à crise dos refugiados.

“O desporto não apenas une as pessoas, mas pode fornecer esperança e oportunidade e reunir os indivíduos por trás da causa dos refugiados. Este é certamente um papel fundamental que o COI desempenhou e que a ORF pode desempenhar no futuro”, acrescentou.

Até 2024, a ORF pretende proporcionar a prática de desporto a um milhão de refugiados.