Imane Khelif acusa o empresário multimilionário Elon Musk de ser um dos principais responsáveis por uma campanha de desinformação e de ódio contra a sua pessoa. A pugilista argelina foi durante criticada durante os Jogos Olímpicos de Paris, acusa de ser transgénero e de competir contra mulheres.
Na altura, Elon Musk, proprietário da rede social X, fez algumas publicações sobre este caso, frisando a que os homens não pertencem ao desporto feminino. A sua posição sobre a polémica na altura teve uma projeção gigantesca. Imune às críticas e polémicas, Imane Khelif sagrou-se campeã olímpica na categoria de -66 kg e voltou para casa com o ouro ao peito.
A pugilista argentina concedeu uma entrevista ao programa de televisão francês 'Clique', onde acusou Elon Musk de ser cruel e diz não perceber porque é que este a odeia.
"Elon Musk foi um dos primeiros a atacar-me durante esta campanha de ódio. Ele publicou este vídeo e foi retuitado. Portanto, ele foi um dos primeiros a espalhar este burburinho, esta campanha contra mim. Eu diria: 'Odeias-me, mas nem sequer me conheces. Nem sequer sei porque é que lideraste este ataque. Foste cruel comigo, com a minha família, com a minha mãe'. Naquela altura, a minha mãe ia todos os dias para o hospital", contou Imane Khelif.
A argelina diz não perceber o comportamento das pessoas sobre a sua sexualidade.
"Não compreendo o comportamento das pessoas hoje em dia. Deus é o meu guia, sou uma mulher muçulmana praticante. Sou uma mulher árabe muçulmana e consegui ultrapassar este momento. Espero ser ainda mais forte no futuro e voltar ainda mais motivada", atirou.
De recordar que em agosto, Imane Khelif apresentou queixa na justiça francesa por “’cyberbullying’ agravado”.
“Depois de conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Paris2024, a pugilista Imane Khelif decidiu iniciar uma nova luta: da justiça, dignidade e honra”, informou na rede social X Nabil Boudi, advogado da atleta, no dia em que esta voltou à Argélia.
Boudi, para quem o “assédio injusto sofrido pela pugilista campeã constitui a maior mancha dos Jogos Olímpicos”, espera que a investigação criminal “apure quem iniciou esta campanha misógina, racista e sexista, mas também se ocupe dos que alimentaram o linchamento digital”.
Khelif, de 25 anos, sagrou-se campeã olímpica da categoria -66 kg, ao vencer na final a chinesa Yang Liu, campeã do mundo em 2023, por decisão unânime dos juízes.
Em Roland Garros, a argelina, muito fustigada por campanhas de desinformação, críticas e aquilo que denominou de ‘bullying’, foi celebrada pelas bancadas, em que se viam muitas bandeiras do seu país, sendo muito aplaudida e aclamada.
A lutadora pediu que o ‘bullying’ de que tem sido alvo parasse, depois de a Associação Internacional de Boxe, afastada do movimento olímpico, ter dito ter testes, nunca divulgados, que comprovam que é um homem.
Khelif, que venceu todos os ‘rounds’ disputados em Paris2024, foi particularmente visada depois de eliminar a italiana Angela Carini no início do torneio, em 46 segundos, depois de a adversária abandonar, em lágrimas, levando muitos a questionar o seu género.
O Comité Olímpico Internacional (COI) defendeu a argelina, tentando encerrar a discussão sobre uma atleta que nasceu mulher e viveu a vida toda como mulher, inclusivamente competindo em Tóquio2020.
Comentários