O português João Almeida acreditava na passagem às meias-finais dos 110 metros barreiras dos Jogos Olímpicos Londres2012, mas ficou hoje pelas eliminatórias, embora com o seu quarto melhor tempo de sempre, apesar de um erro técnico.
Com 13,69 segundos, 22 centésimos acima do recorde nacional que lhe valeu a presença em Londres, o atleta do Sporting terminou a sua série na sexta posição e em 31.º na geral, lamentando a velocidade perdida com o toque na terceira barreira, numa corrida ganha pelo norte-americano Jason Richardson, campeão do Mundo.
«A este nível não há espaço para falhas. Eu falhei na parte inicial da corrida, foi o suficiente para ditar a minha saída. É bom saber que isto não é um campeonato regional, em que podemos falhar e mesmo assim ganhar. Aqui não é assim», disse João Almeida, que aos 24 anos fez a sua estreia olímpica.
As palavras do português tanto servem para ele como para o chinês Liu Xiang, recordista olímpico e campeão em Atenas2004, que caiu na primeira barreira da sexta e última série, sofrendo o segundo revés consecutivo nos Jogos, depois de uma lesão no tendão de Aquiles o ter afastado em Pequim2008.
Explicando o seu caso, o atleta de Lisboa disse que «a projeção da bacia na terceira barreira provocou um toque», causando «uma perda de velocidade que foi o suficiente» para lhe travar o andamento. «As falhas técnicas acontecem e ainda por cima, num rapaz com menos experiencia do que os outros, é normal que aconteça. Significa que há muito trabalho a fazer», acrescentou.
No entanto, o tetracampeão nacional estava satisfeito com o registo alcançado, uma vez que, «mesmo com um erro técnico», conseguiu «uma marca que está entre as melhores de sempre em Portugal», elegendo este como o «aspeto positivo» a retirar da sua curta participação em Londres2012.
Depois desta experiência, que considerou «fantástica», João Almeida não quer pensar já nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, preferindo «viver o hoje, ter os pés assentes na terra antes de olhar para o céu», porque «há muita coisa para sentir, para trabalhar, hoje, amanhã, depois de amanhã».
Até lá serão mais quatro anos de trabalho a juntar aos 10 que este atleta por «influência da família» e barreirista «por acaso» já leva como federado. «Eu não ganhava prova nenhuma. Por acidente ganhei as barreiras uma vez e deixei-me agarrar antes que fugisse a oportunidade. Tinha cerca de 14 anos», resumiu.
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