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O ex-canoísta será o Chefe de Missão nos Jogos Olímpicos do Brasil.
Em tempos de crise, o Chefe de Missão ao Rio de Janeiro2016, José Garcia, acredita que “a raça, determinação e vontade” dos atletas serão fatores determinantes para um bom desempenho de Portugal nos próximos Jogos Olímpicos.
“Todos gostaríamos de ter outras condições para proporcionar, poder ombrear com países onde o desporto é entendido de outra forma, mas, conhecendo a raça, determinação e vontade dos nossos atletas - que muitas vezes é convertida em medalhas -, tudo será feito para que o pouco que temos seja potenciado ao máximo”, sublinha.
O antigo canoísta olímpico (Seul1988, Barcelona1992 e Atlanta1996), treinador e vice-presidente da federação acredita em “bons resultados” e no estabelecimento e concretização de “objetivos quantificáveis” para o Rio2016, mas entende que, para já, é “prematuro” estabelecê-los.
José Garcia recorda que o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, já se pronunciou sobre o tema e admite que apenas falará sobre o tema “medalhas” a partir do momento em que saiba quais os atletas apurados.
Na parte que lhe compete, está empenhado em “proporcionar aos atletas, treinadores e dirigentes as melhores condições possíveis”, para que possam otimizar o seu desempenho, “disso beneficiando Portugal”.
O dirigente alerta que “já só faltam três anos” para o grande evento, recordando que “quem luta por bons resultados e medalhas, tem de ser preparado com tempo para estar ao nível desejado”.
“Na parte que me tocar, vou acompanhar ao máximo e contribuir para que as melhores condições que o país puder prestar sejam desenvolvidas e aplicadas”, assegura.
O professor de educação física considera que a Missão pode ficar “mais rica” pela sua experiência enquanto atleta, treinador e dirigente e assevera o seu “empenho para resolver as coisas da melhor forma, potenciando os resultados mais positivos possíveis”.
Garcia admite que o êxito internacional da canoagem portuguesa – “com 77 medalhas nos últimos anos”, só em Europeus e Mundiais – também contribuiu para a confiança em si depositada pelo COP, tal como o trabalho desenvolvido em Londres2012 por Mário Santos, de quem foi “vice” na federação durante nove anos.
“Significa que a canoagem tem feito um bom trabalho, conseguindo potenciar os valores que tem”, frisou, enaltecendo ainda a “excelência do trabalho” do seu antecessor.
O Chefe de Missão conclui com elogio a Mário Santos: “A excelência do seu trabalho, a forma como desenvolveu a Missão e toda a sua carreira desportiva são bons exemplos e temos de nos guiar por eles. Cria-nos o desafio de tentar igualar ou superar. Por outro lado são bons guias e precisamos de boas orientações, bons pontos de referência”.
José Garcia, que a 10 de fevereiro completou 50 anos, é natural de Vila do Conde, foi vice-presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, durante os mandatos de Mário Santos, que foi chefe da missão olímpica em Londres2012 e que estava indigitado para o Rio2016, antes de abdicar de todos os cargos desportivos, incluindo a vice-presidência do COP.
Em Londres2012, José Garcia foi adjunto de Mário Santos, tendo sob a sua alçada a coordenação da aldeia que juntava os atletas de remo e canoagem.
Primeiro português a vencer uma medalha em Mundiais na canoagem, José Garcia é mestre em Estudos da Criança e licenciado em Educação Física, sendo professor em Vila do Conde.
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