“O balanço é positivo. Temos a melhor prestação de sempre em termos de resultados nos seis primeiros. Dez atletas conseguiram, nas competições em que participaram, estar ao mais alto nível”, frisou José Garcia.
O ex-canoísta destacou, naturalmente, o bronze no judo: “Temos uma medalha da Telma Monteiro, uma medalha merecida, não só porque ela tem um currículo desportivo extremamente rico, mas porque comprovou o seu nível”.
Telma ficou no topo da ‘pirâmide’, mas muito mais foram os destaques, já que, “em 58 competições”, a missão logrou outros resultados de “muita relevância”, com destaque para os “10 entre os seis primeiros, dobrando os cinco de Londres2012”.
Recorrendo à estatística, José Garcia lembrou também as 19 classificações no ‘top 10’, e mais 13 até aos 16 primeiros, e que “dos 91 atletas, 29 regressam a casa com diploma, 38 saem no ‘top 10’ e 50 na posição de semifinalistas”, destacando ainda “os vários jovens que vieram pela primeira vez”.
“Isto é alto rendimento e queremos sempre mais. Essa é a nossa postura e a dos atletas, mas temos de valorizar o que conquistámos. Nós melhorámos em relação ao passado, estes resultados nunca foram atingidos”, frisou.
Em termos de medalhas, Telma foi a única a consegui-lo, mas José Garcia lembra que Portugal só conseguiu “duas medalhas por cinco vezes e três em duas ocasiões”.
“Devíamos ter ganhado duas medalhas (de acordo com as contas de que 25 por cento dos apoiados deviam chegar ao pódio) e tudo fizemos para que isso acontecesse. Temos de assumir que esse número não foi atingido, mas tudo fizemos, os atletas em particular, para conseguirmos honrar esse compromisso”, frisou.
Ainda assim, José Garcia é da opinião que se registaram progressos: “Melhorámos no global e é isso que pretendemos, que a equipa cresça, se fortaleça e faça destas missões cada vez melhores. Todos eles, independentemente do que conquistaram, tentaram fazer o melhor para a sua modalidade e para Portugal.”
José Garcia lembrou também que tinha dito que gostaria de ver todos os atletas fazerem os seus melhores resultados, o que aconteceu em algumas modalidades e “é importante”, mas também vincou que há outros que têm outras condições.
“Portugal não reúne as melhores condições para os atletas, comparados com outros países, mas aquilo que se faz, faz-se bem e há alguns resultados de excelência e estou muito orgulhoso destes atletas”, garantiu.
A esperança em melhorias existe: “Tenho sempre esperança no futuro, senão não andava cá. A verdade é que melhorámos em relação a Londres2012, na minha perspetiva. Estivemos tão perto de uma segunda medalha, com um quarto lugar, com uma série de quintos lugares e de sextos.”
Conseguir mais é entrar, porém, “no foro político”, sendo que “caberá à secretaria de Estado do Desporto e Juventude, ao IPDJ, ao Comité, às federações, aos treinadores, aos atletas definirem o melhor caminho para o desporto em Portugal. Os políticos pronunciar-se-ão sobre essa matéria”.
“Eu sou chefe de missão neste momento. Espero que os nossos atletas tenham o que merecem, porque são excecionais e porque mais de 65 por cento conseguem combinar a sua carreira desportiva de excelência com carreiras académicas de excelência. Isto deve ser usado como exemplo para todos nós, temos de estar orgulhosos”, reafirmou.
José Garcia deu como exemplo o caso de Rui Bragança, “um jovem de 24 anos que está no sexto ano de medicina e era o sexto do ‘ranking’ olímpico”.
“Temos algumas coisas a melhorar e isto é alto rendimento. Os atletas, e tivemos lágrimas de alegria e lágrimas de tristeza, a este nível nunca estão satisfeitos. Tivemos vários casos de atletas que conquistaram três medalhas, uma de prata e duas de bronze, e não ficaram satisfeitos, porque queriam uma de ouro”, lembrou José Garcia.
Mas, segundo o Chefe da Missão portuguesa, nem tudo tem a ver com resultados.
“Temos uma equipa fabulosa e fiquei extremamente orgulhoso de liderar uma missão como esta. Estamos imbuídos num espírito de união, de amizade e de honra. Todos nós estamos extremamente orgulhosos de representar Portugal. Estamos aqui genuinamente portugueses e aquela bandeira quando sobe faz-nos tremer efetivamente. Quando o hino toca, emociona-nos, mas empurra-nos para a frente, para fazermos melhor”, finalizou.
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