"Pela primeira vez na história, um número igual de homens e mulheres competirá nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Paris 2024. As Olimpíadas deste ano são, portanto, os primeiros com igualdade de género em termos de participação, com 5.250 atletas do sexo feminino e 5.250 atletas do sexo masculino", anunciou antes do arranque de Paris 2024 a organização dos Jogos na capital gaulesa, cumprindo um compromisso assumido simbolicamente a 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Nas contas finais a percentagem de atletas do sexo feminino até se pode ficar pelos 49 por cento, contabilizadas eventuais desistências. Ainda assim, e com base nos dados do Comité Olímpico Internacional, é notável o aumento de participantes femininas desde o início dos Jogos Olímpicos da era Moderna, em Atenas, em 1896.
Se aí, nos primeiros Jogos desta nova era, não houve mulheres registadas, nos segundos, curiosamente em Paris, em 1900, houve pela primeira vez mulheres a competir, ainda que apenas 22 num total de 997 participantes, Essas mulheres competiram em cinco desportos: ténis, vela, croquet, equestre e golfe.
Desde então, o número e a percentagem de atletas femininas foi aumentado progressivamente até se chegar à paridade em Paris (embora pelo meio tenha havido quatro ligeiros decréscimos, em 1904, 1932, 1936 e 1960).
A partir de 1960, em Roma, a percentagem de atletas femininas não mais parou de crescer: das 0 mulheres em Atenas, nos Jogos Olímpicos de 1896, às 47,8 por cento de mulheres nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e, agora, às 50 por cento.
Pelo meio, alguns marcos, como os Jogos Olímpicos de Londres 2012, de acordo com o COI os primeiros nos quais as mulheres participaram em todos os desportos do programa olímpico, com a adição do boxe feminino.
Uma realidade que se estende aos Jogos Olímpicos de Inverno, onde é também cada vez maior a percentagem de participantes femininas, que foi de 44,7 por cento em Pequim 2022.
Nestes Jogos Olímpicos de Paris 2024, Portugal também acompanhou esta paridade. Aliás, pela primeira vez na história a delegação portuguesa apresentou-se mesmo com mais atletas femininas do que atletas masculinos: entre os 73 atletas da comitiva, 37 são mulheres e 36 são homens.
De acordo com o Comité Olímpico Internacional, na edição de Paris de 2024, 28 dos 32 desportos atingiram total igualdade de género, ainda que o número de eventos olímpicos para mulheres continue a ser inferior aos dedicados a homens: 152 para as mulheres, 157 para os homens e 20 eventos mistos.
As mulheres também atingiram paridade nos 45 mil voluntários, nos portadores da tocha olímpica e no comité de organização desta edição dos Jogos.
A realidade da cada vez maior paridade é visível também no número de treinadoras e árbitras, pessoal de comunicação social e lugares de liderança: em cinco modalidades (ténis, triatlo, canoagem, vela e hóquei) existe mesma percentagem de árbitras e juízas do que árbitros e juízes.
E, à semelhança do que já tinha acontecido em Tóquio, em 2020, nesta edição também foi pedido a cada delegação que nomeasse um homem e uma mulher para a representar na cerimónia de abertura. Além disso, ainda com a igualdade de género como pano de fundo e para honrar as mulheres, os Jogos vão fechar com a maratona feminina e não com a masculina, como é hábito. O evento está agendado para 11 de agosto e o percurso recria a Marcha das Mulheres a Versailles.
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