O sueco Armand Duplantis conquistou na noite de segunda-feira em Paris2024 o seu segundo título de campeão olímpico no salto com vara, melhorando, pela nona vez o recorde do mundo, tal como sonhou em criança.

“Eu imaginei este momento um milhão de vezes na minha vida. Cada vez que estava no meu jardim, imaginava essa fasquia no recorde do mundo, na final olímpica, e foi quase exatamente o que eu tinha visualizado, de tal forma que, quando estava no final do salto, tive a sensação que já tinha vivido esse momento mil vezes”, afirmou, na zona mista do Stade France, após saltar 6,25 metros.

Além das duas medalhas de ouro, em Tóquio2020 e agora, conta dois títulos mundiais ao ar livre, em Oregon2022 e Budapeste2023, dois em pista coberta, em Belgrado2022 e Glasgow2024, e três Europeus ao ar livre, em Berlim2018, Munique2022 e Roma2024, mas faltava o sonho de melhorar o recorde numa final olímpica.

“Sonhei com isso desde criança, no jardim dos meus pais. Acontecer de verdade, e ter conseguido o salto certo na hora certa, é inexplicável”, referiu o fenómeno sueco, de 24 anos.

Apesar desta materialização, Duplantis recorda um momento “que parece irreal”.

“O que posso dizer? Acabei de bater o recorde mundial nos Jogos Olímpicos, na maior competição mundial. O meu maior sonho desde criança e consegui fazer isso diante da multidão mais louca que já vi. Se não estou no auge da minha carreira, não sei que melhores momentos poderei viver”, admitiu.

O varista insistiu no apoio recebido no estádio parisiense, reconhecendo ter ‘captado’ referências noutros palcos idênticos.

“O público estava doido! Estava um barulho ensurdecedor lá dentro, parecia um jogo de futebol americano. Eu fui ganhar um bocado dessa experiência em estádios com mais de 100 mil espetadores, mas nunca fui o centro das atenções e, por isso, tentei gerir a energia que o público me deu, e deu muito”, rematou Duplantis, que prometeu “aproveitar ao máximo”, advertindo que vai dormir pouco, porque “a festa vai ser enorme”.

Duplantis assegurou a sua segunda conquista olímpica desde os 6,00 metros, que só ele passou, num percurso limpo iniciado a 5,70 metros, conseguindo ainda 6,10, batendo os 6,03 do recorde olímpico com que o brasileiro Thiago Braz da Silva venceu o concurso no Rio2016.

A medalha de prata foi arrebatada pelo norte-americano Sam Kendricks, o campeão mundial de 2017 e 2019, que superou a fasquia a 5,95, e o bronze foi entregue ao grego Emmanouil Karalis, com 5,90.