A nova rivalidade com o espanhol Jordan Díaz, provavelmente alargada em Paris2024 ao italiano Andy Díaz, ao jamaicano Jaydon Hibbert e ao burquinês Hugues Fabrice Zango, incentivam Pedro Pichardo para a revalidação do título olímpico do triplo salto.
“[Ajudam] Sempre. Quando eu comecei, e tinha 19 anos, em 2013, tinha o [francês] Teddy Tamgho, que me ganhou em Moscovo2013, com 18,04 metros. Depois, apareceu o [Christian] Taylor, com 18,21. O Zango e o Will Claye também saltaram 18 metros. Eu sempre tive grandes atletas, que faziam grandes marcas, mas acho que, do meu tempo, sou o que mais saltou”, recordou o campeão olímpico do triplo salto em Tóquio2020.
O dono da quinta medalha de ouro olímpica portuguesa, depois de Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nelson Évora, elencou todos os seus contemporâneos que ‘voaram’ mais de 18 metros, numa lista de perseguidores do britânico e recordista do mundo Jonathan Edwards (18,29, desde 07 de agosto de 1995).
A competição do triplo em Paris2024, marcada para os dias 07, com a qualificação, e 09 de agosto, com a final, promete ser bem mais renhida do que a que o coroou campeão olímpico em Tóquio2020, na qual qualquer um dos seus três saltos válidos lhe garantiam o título (17,61, 17,61 e 17,98, contra os 17,57 do chinês Zhu Yaming, medalha de prata).
Depois disso, Pichardo ambicionava voltar a saltar 18 metros, o que conseguiu em Roma2024, sentindo agora necessidade de fixar novos objetivos.
“Falta o recorde do mundo. Ficámos perto, a 20 e poucos centímetros [na final do Europeu], e temos de conseguir. Se não se conseguir em Paris, temos de trabalhar para isso, temos de trabalhar”, vincou, depois de melhorar o recorde nacional para 18,04, ainda a quatro centímetros da sua melhor marca de sempre.
Esta nova ‘meta’ deve corresponder à exigência do concurso, no qual vai enfrentar Jordan Díaz, que o derrotou em Roma2024 com o terceiro melhor salto da história, mas também o recém-naturalizado italiano Andy Díaz, ambos mais novos do que o seu antigo compatriota, tal como Jaydon Hibbert, de 19 anos.
“Eu acredito muito no trabalho que faço no meu treino. Também acredito no meu potencial, mas sou muito realista, sei quando consigo ou não fazer uma coisa, mas não vejo o recorde do mundo tão difícil ou impossível. Não vai ser chegar lá e fazer, mas acho que consigo saltar acima do recorde do mundo”, sublinhou.
Pichardo assegurou ter debeladas as lesões que o afastaram dos Mundiais Budapeste2023 ao ar livre e ‘indoor’ Glasgow2024, nos quais Zango se sagrou campeão, com 17,64 e 17,53 metros, respetivamente.
“Fisicamente, eu estou bem. Desde que comecei a época, para testar as costas, como me sentia, depois de tanto tempo, mas eu estou bem, fisicamente”, concluiu.
Além de Pichardo, na competição do triplo salto, Portugal vai estar ainda representado por Tiago Luís Pereira, que chega à capital francesa como medalha de bronze dos Mundiais Glasgow2024 em pista coberta.
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