Alguns responsáveis olímpicos disseram hoje estar a “trabalhar no duro” para terem um acumulado de casos de ‘doping’ resolvidos antes do início do Jogos Olímpicos, numa altura em que halterofilistas russos enfrentam uma ameaça de suspensão.
Estas declarações surgem depois da Associação Internacional das Federação de Atletismo (IAAF) ter decidido manter a suspensão sobre a federação russa.
A Federação Internacional de halterofilismo (IWF) colocou a Rússia, o Cazaquistão e a Bielorrússia sob risco de serem banidos dos Jogos, depois de serem reincidentes em análises positivas de ‘doping’.
A Coreia do Norte também integra um lote de países que enfrenta sanções depois do uso de substâncias proibidas no desporto, enquanto a Bulgária já tinha sido afastada dos Jogos Olímpicos.
O executivo da IWF anunciou este mês que 20 casos suspeitos tinham sido encontrados em testes de amostras dos Jogos Olímpicos em Pequim2008 e Londres2012 e decidiu numa reunião na quarta-feira que países com três ou mais testes positivos devem ser banidos por um ano.
Uma decisão final será tomada depois de o Comité Olímpico Internacional (COI) confirmar que as contra-análises aos seus halterofilistas deram positivas.
O COI disse hoje que o IWF enviou um “forte sinal” reiterou que cabe a cada federação internacional fazer o que tem de fazer, uma vez confirmada uma análise positiva.
“O COI está a trabalhar no duro para finalizar todos os procedimentos disciplinares em tempo útil antes dos Jogos do Rio de Janeiro para que as federações tenham mecanismos para aplicar as devidas sanções antes daquela competição”, pode ler-se num comunicado do COI, no qual é dito que o organismo está a tentar minimizar os danos na imagem do desporto decorrentes dos casos de ‘doping’ detetados.
A IWF também ordenou a aplicação de sanções a países como a Coreia do Norte, a Roménia, o Uzbequistão, o Azerbaijão e a Moldávia, por casos de ‘doping’ detetados durante a fase de qualificação para os Jogos Olímpicos, o que irá limitar o número de halterofilistas que podem enviar.
Houve um número sem precedentes de 24 testes de ´doping’ positivos no campeonato mundial do ano passado, disputados em Houston, nos Estados Unidos, o que explica por que é que o halterofilismo se debate com um problema de imagem e credibilidade.
Em reunião do Comité Executivo, a IWF reafirmou na quarta-feira, em Tblissi, na Geórgia, o seu compromisso em usar de “tolerância zero” face ao ‘doping’ por forma a proteger os atletas ‘limpos’.
A mais recente ameaça à imagem do desporto russo e à participação de atletas russo no Rio de Janeiro são as declarações recentes do Ministro dos Desportos da Rússia, Vitali Mutko.
“Não compreendo estas decisões. Mais parecem um caso de psicose e um desvio de todas as normas legais e de princípios. Como se pode penalizar uma equipa que vai aos Jogos Olímpicos de 2016 por violações cometidas em 2008 e 2012?” questionou Mutko, em declarações à agência de notícias R-Sport.
Descreveu a situação como "caótica", acrescentando que a Rússia "irá estar atenta a todas estas decisões" antes de decidir “se avança ou não com um recurso”.
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