Martim Costa e Diogo Branquinho defenderam hoje que Portugal tem nas mãos a oportunidade de chegar aos quartos de final do Mundial de andebol, mas terá que lutar muito para a agarrar.

“Podemos estar perto, como longe. Basta ter um dia mau e ficamos já longe do objetivo. Temos que agarrar a possibilidade e fazer tudo para conseguir estar nos quartos de final”, disse à agência Lusa o lateral Martim Costa, de 22 anos, na véspera de a seleção lusa defrontar a Suécia.

O lateral do Sporting, que, com o irmão Francisco, é dos jogadores mais temidos pelos suecos, reafirma o enorme desejo da seleção portuguesa em atingir os quartos de final, mas reconhece que, “apesar de bem encaminhada, ainda falta muito”.

“Temos muita qualidade e podemos ganhar a qualquer seleção do mundo. Já provámos na primeira fase e vamos ter que provar agora na segunda. Queremos estar nos quartos de final e temos que ganhar, pelo menos, dois jogos”, disse Martim Costa.

O melhor marcador do último Europeu, com 54 golos, a par do dinamarquês Mathias Gidsel, acredita que, se Portugal continuar a fazer o que tem feito até agora, tem todas as condições para escrever mais uma página na história do andebol.

“Temos que preparar bem os jogos, pensar em nós e no que temos de fazer, descansar e jogar como temos jogado, com espírito de sacrifício e entreajuda entre todos”, disse Martim Costa, que soma já 19 golos nos três encontros disputados.

Martim Costa antevê “jogos muito complicados” com a Suécia (quarta-feira) e com a Espanha (sexta-feira) – no domingo defronta o Chile -, e defendeu que, para Portugal chegar aos quartos a depender apenas de si, tem que vencer dois.

“Queremos estar nos quartos de final e temos que ganhar pelo menos dois jogos. Sabemos que temos de ganhar a uma dessas duas seleções [Suécia ou Espanha, que disputaram o jogo pela medalha de bronze do último Mundial], o que vai ser muito complicado, mas queremos muito ganhar”, acrescentou.

Há dois anos, depois de empatar com o Brasil (28-28) e de vencer Cabo Verde (35-23), a seleção portuguesa estava obrigada a vencer a então anfitriã Suécia para chegar aos quartos de final do Mundial, mas o sonho esfumou-se com a derrota por 32-30.

Martim Costa afasta o sentimento de vingança, até porque isso leva os jogadores a pensar em muita coisa menos em andebol, e prefere encarar o jogo com o desejo de vitória.

“Sabemos que vai ser difícil, porque eles têm uma grande seleção. Vamos ter que lutar muito, mas queremos ganhar e estar nos quartos de final e vamos tentar fazer tudo para ganhar”, disse o lateral.

O ponta Diogo Branquinho considera que, depois da presença em tantas fases finais, de campeonatos da Europa e do mundo, a seleção portuguesa já não se deslumbra por ganhar na fase de grupos às melhores do mundo, como aconteceu com a Noruega.

“Nós temos que pensar que também já somos dos melhores e não nos deslumbramos por termos feito uma fase de grupos fantástica, com três vitórias em três jogos, em que cumprimos o primeiro objetivo de passar em primeiro do grupo”, disse.

Na jornada inaugural da ‘main round’, Diogo Branquinho pretende começar com uma vitória frente à Suécia, primeiro adversário na quarta-feira, considerando que tal “já era um passo de gigante para cumprir o segundo objetivo: os quartos de final”.

“Um dos grandes elogios que nos podemos dar é assumir a responsabilidade de ganhar tanto à Suécia como à Espanha, ou seja, não dar o favoritismo a eles e não dizer que somos ‘underdogs’ [termo para definir quem não é favorito]”, sustentou o ponta do Sporting, de 30 anos.