Portugal confirmou o favoritismo diante da Grécia e entrou a ganhar no Europeu de andebol, que arrancou quarta-feira na Alemanha, batendo os estreantes por 31-24 (18-14 ao intervalo) na ronda inaugural do Grupo F. A equipa lusa cometeu alguns erros que não terão agradado a Paulo Jorge Pereira (até esteve a perder), mas acabou por dominar na reta final, terminando com uma vantagem de sete golos. Francisco Costa foi o melhor marcador da Seleção, com seis remates certeiros, seguido de Fábio Silva e Cavalcanti, ambos com quatro.

Com este triunfo, os Heróis do Mar já fizeram melhor do que no Euro2022, em que perderam todos os jogos da primeira fase e acabaram eliminados. Agora é preciso vencer a República Checa, no sábado, para selar o apuramento para a 'main round', para depois encarar mais tranquilamente o duelo frente à Dinamarca, tricampeã mundial, na segunda-feira.

Esta é a sexta presença consecutiva da Seleção portuguesa de andebol numa grande competição, um registo que contrasta com aquele que ostentava em 2020, quando quebrou um jejum de 14 anos longe de uma fase final. Foi, aliás, em 2020 que Portugal conseguiu a melhor presença de sempre, com o 6.º lugar no Europeu, que valeu o apuramento para o torneio pré-olímpico e a histórica presença nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Miguel Laranjeiro, presidente da Federação de Andebol de Portugal (FAP), acredita que a Seleção "pode ir sempre muito longe", mas prefere olhar para este Europeu "passo a passo".

"O primeiro objetivo é passar à 'main round' e depois vamos falando. A ambição vai sempre na direção de seguirmos mais longe, sabendo das competências que temos e do trabalho que foi feito. Mas sou sempre respeitoso relativamente a todas as outras seleções e o Europeu é uma competição exigente", afirma Miguel Laranjeiro ao SAPO Desporto.

"Portugal está mais recentemente neste patamar, mas está de corpo inteiro e tem o respeito das outras seleções. Estamos preparados para fazer um excelente Europeu, que possa dar o apuramento para o torneio pré-olímpico. Mas uma coisa de cada vez", sublinha.

Portugal aponta à 'main round' e aos torneios pré-olímpicos
Portugal aponta à 'main round' e aos torneios pré-olímpicos
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Já em 2022, a participação lusa ficou aquém das expectativas – caiu na fase de grupos só com derrotas – e agora, com uma equipa renovada – restam apenas sete jogadores na lista final de 18 – Portugal entra em cena com o objetivo de garantir "a melhor classificação possível", embora, "realisticamente", seja difícil superar o 6.º lugar de 2020.

Quem o diz é Nuno Alvarez, treinador que passou pela coordenação técnica do Sporting, e que comanda atualmente os SK Hawks, da Coreia do Sul. "É um objetivo ambicionado por todos, mas parece-me complicado neste momento", começa por defender.

"As ausências já conhecidas de Fábio Magalhães, Victor Iturriza, André Gomes e agora de Daymaro Salina retiram-nos alguma capacidade defensiva e também menos opções de ataque. A seleção vai fazendo a sua renovação mas se estes atletas estivessem disponíveis, certamente estariam presentes. Acrescentam qualidade no processo ofensivo e defensivo da nossa seleção", explica.

Composição dos grupos do Euro2024 de andebol
Composição dos grupos do Euro2024 de andebol créditos: EHF

Confira a composição dos grupos do Euro2024

- Grupo A (Düsseldorf e Berlim): França, Alemanha, Macedónia do Norte, Suíça.
- Grupo B (Mannheim): Espanha, Áustria, Croácia, Roménia.
- Grupo C (Munique): Islândia, Hungria, Sérvia, Montenegro.
- Grupo D (Berlim): Noruega, Eslovénia, Polónia, Ilhas Faroé.
- Grupo E (Mannheim): Suécia, Países Baixos, Bósnia-Herzegovina, Geórgia.

Depois do triunfo sobre a Grécia, uma estreante nestas lides e "teoricamente o adversário mais acessível", Portugal defronta este sábado (17h00) a República Checa, que arrancou a competição com uma derrota frente à Dinamarca. Uma vitória dos Heróis do Mar neste jogo garante, desde logo, a passagem à próxima fase do Euro.

"Será o nosso adversário direto, embora tenhamos de assumir o nosso favoritismo. É forte nos jogos em casa. Tem competência em todas as posições e vários atletas a jogar fora, principalmente na Alemanha", refere Nuno Alvarez, que aponta "o guarda-redes do Kiel Mrkva [Tomás Mrkva], o central do Bergischer Babák [Tomás Babák] e os laterais Kasparek, do Dínamo de Bucareste, e Klima, do Leipzig" como principais destaques.

O ano de 2022 marcou o início de uma nova era na seleção checa, com a chegada de Xavier Sabaté ao comando técnico. O técnico espanhol conduziu a equipa até ao Europeu após conquistar o segundo lugar do Grupo 3 dos 'qualifiers' (atrás da Islândia e à frente de Estónia e Israel). É a quarta presença consecutiva dos checos em fases Finais de Europeus – 12.ª no total.

Já a Dinamarca dispensa apresentações e tem sido o alvo a abater nos últimos anos, com a conquista de três Mundiais consecutivos (2019, 2021 e 2023) e duas presença seguidas em finais dos Jogos Olímpicos (2016 e 2020), a marcar o período de maior sucesso na história da seleção nórdica.

No entanto, a conquista do Europeu foge à Dinamarca desde 2012 – segunda e última vez que ergueu o troféu – depois do título inédito, em 2008. Na edição de 2022, os nórdicos até estiveram perto de chegar à final, mas caíram diante da Espanha nas 'meias', antes de derrotarem a França no duelo pelo terceiro lugar.

"É uma autêntica constelação de estrelas, está num patamar superior. [Mathias] Gidsel é um jogador fantástico e os seus colegas de equipa não lhe ficam muito atrás. É difícil apontar-lhe pontos fracos", ressalva Nuno Alvarez.

Nos cinco jogos disputados com a Dinamarca, a seleção portuguesa perdeu sempre. Ainda assim, pode haver espaço para uma surpresa, na opinião do treinador dos SK Hawks.

"Portugal desinibe-se quando joga com seleções desta valia. Esperamos já estar apurados quando os defrontarmos e vermos o que será possível obter nesse encontro. Pode ser que a Dinamarca esteja num dia não mas com tantas opções de qualidade não será fácil", nota.

O encontro com a Dinamarca acontece na próxima segunda-feira, a partir das 19h30. De referir que todos os jogos de Portugal na fase de grupos terão lugar no Olympiahalle de Munique.

Merkur Spiel-Arena, em Dusseldorf
Merkur Spiel-Arena, em Dusseldorf créditos: AFP

As contas de Portugal para Paris

Não só o próximo campeão europeu tem via aberta para o torneio olímpico de Paris2024, como a classificação final abre três vagas, além das seleções já apuradas – a anfitriã França e a campeã mundial Dinamarca – para os torneios pré-olímpicos.

Os três torneios pré-olímpicos, que terão lugar em março, com quatro seleções cada e que apuram os dois primeiros para Paris2024, registam já a presença de cinco seleções europeias, através da classificação final do Mundial de 2023: Espanha, Suécia, Alemanha, Noruega e Hungria.

Tendo em conta os critérios do apuramento olímpico, e no caso de as equipas já apuradas e as que já garantiram a qualificação para os torneios pré-olímpicos terminarem nas posições cimeiras, as vagas ainda em aberto podem ser atribuídas até ao 10.º classificado.

Significa isto que, para poder sonhar com Paris, Portugal tem de ultrapassar a primeira fase, terminando nas duas primeiras posições do Grupo F. Na ‘main round’, em que se defrontam os dois primeiros dos Grupos D e F – o resultado do seu adversário no grupo é contabilizado nesta classificação –, avançam os dois primeiros para as meias-finais e o terceiro para a disputa do quinto lugar. E só aí se podem começar a fazer as contas do apuramento olímpico.

"Estamos preparados para fazer um excelente Europeu, que possa dar o apuramento para o torneio pré-olímpico. Mas uma coisa de cada vez"

Assim sendo, Portugal precisa de alcançar o melhor lugar possível na ‘main round’ e esperar que apenas as seleções já apuradas para Paris2024 e torneios pré-olímpicos fiquem à sua frente na classificação final.

Em 2020, o 6.º lugar permitiu apurar os Heróis do Mar para o Pré-Olímpico e, na sequência, para os Jogos de Tóquio2020, um feito inédito naquela altura.

"Recordo sempre - porque às vezes a memória é curta - que fomos a primeira modalidade de pavilhão coletiva a ir aos Jogos Olímpicos. Não sei se as pessoas percebem o que é participar numa competição como esta, onde só estão 12 países de todo o mundo, e Portugal ser um desses países. É algo extraordinário", vinca o presidente da Federação de andebol, deixando uma garantia: "Queremos continuar e queremos mais."

Uma equipa renovada e rejuvenescida

Dos 18 convocados pelo selecionador Paulo Jorge Pereira, são oito os que foram chamados pela primeira vez a um Campeonato da Europa de seniores, com cinco herdeiros da prata conquistada no Europeu de sub-20 em 2022 – os irmãos Kiko e Martim Costa, Diogo Rêma, Pedro Oliveira e Ricardo Brandão. Três jogadores estão ainda em idade júnior e contam-se apenas sete 'sobreviventes' da edição de 2020.

A ausência de Daymaro Salina, de resto, fez cair a média de idades da Seleção para 24 anos. Trata-se, portanto, de uma Seleção rejuvenescida, mas também mais inexperiente. Algo que é encarado com naturalidade pelo presidente da Federação de Andebol.

"É com alegria que vemos esta capacidade de projeção de futuro. Talvez seja um plantel com menos experiência, mas a juventude também traz uma certa garra e vontade que também são importantes para uma competição como estabelecido. O desporto é isto mesmo, o processo de renovação das equipas. E o selecionador Paulo Pereira tem feito uma renovação tranquila do plantel", considera Miguel Laranjeiro.

Confira os convocados de Portugal para o Euro

Dyamaro Salina foi dispensado esta semana devido a lesão, aumentando para quatro as ausências por motivos físicos, depois de Victor Iturriza, Fábio Magalhães e André Gomes. O pivô do FC Porto, de 34 anos, foi substituído pelo jovem Fábio Silva, de 22, que chega ao Europeu sem qualquer internacionalização.

Uma baixa de última hora que o líder da Federação lamenta "profundamente" e que obrigou o selecionador a fazer adaptações para rodar na defesa – sobram agora Alexandre Cavalcanti e Salvador Salvador para defender ao centro.

É precisamente o setor defensivo que, na opinião de Nuno Alvarez, irá exigir mais de Portugal neste Campeonato da Europa. "Temos de ter uma boa eficácia defensiva caso queiramos chegar longe. O bloco central defensivo e os guarda-redes terão de estar a um nível elevado de eficácia. Será muito importante a prestação defensiva de Cavalcanti e Salvador. Gilberto Duarte, com a sua experiência, também pode ajudar no processo defensivo", observa.

Por outro lado, o técnico aponta como pontos fortes desta Seleção a "transição ofensiva" e a "qualidade que a imprevisibilidade do ataque traz ao jogo".

"Francisco Costa e Martim Costa estão num momento de elevada confiança no Sporting e há que aproveitar isso para a seleção. Rui Silva e Miguel Martins têm excelente capacidade de análise e tomada de decisão. Cavalcanti é um jogador diferenciado, completíssimo como defensor central e lateral esquerdo", começa por analisar.

Europeu de Andebol 2024: Portugal-Grécia
Francisco Costa festeja um dos seus seis golos no encontro frente à Grécia. EPA/Anna Szilagyi créditos: epa11069810

"No nosso ataque há apenas a lamentar as ausências dos habituais pivots que acrescentariam qualidade, experiência e uma presença interior mais marcante. Ricardo Brandão, Fábio Silva e outros fazem parte do futuro da nossa seleção, mas neste momento Iturriza e Salina [ambos ausentes] ainda estão num patamar superior. Frade é um excelente pivot, mas estará mais 'sozinho' nesta missão e é igualmente importante no processo defensivo. Terá de ser bem gerido", acrescenta o técnico português.

De referir que o FC Porto será o clube luso mais representado neste Europeu, com um total de seis jogadores – cinco portugueses e o guarda-redes e capitão da Macedónia, Nikola Mitrevski. Segue-se o Benfica, com cinco jogadores em ação, Gustavo Capdeville da Seleção, o macedónio Filip Taleski, o romeno Demis Grigoras, o espanhol Miguel Sánchez-Migallón e o islandês Stiven Valencia. Já o Sporting cede Kiko e Martim Costa, Pedro Portela e Salvador Salvador, e ainda Jan Gurri, convocado pela Espanha.

Irmãos de armas em terras germânicas

No início do mês, a Federação Europeia de Andebol (EHF) apontou Francisco "Kiko" Costa, canhoto do Sporting, como uma das maiores promessas do Europeu, sendo que o jovem de 18 anos já teve oportunidade de brilhar esta quinta-feira frente à Grécia, com seis golos. Francisco, que vai já na segunda grande competição, tem sido bastante elogiado pela imprensa internacional – tal como o irmão Martim, de 21, também ele jogador dos leões, ambos orientados pelo pai Ricardo Costa.

"É muito perigoso na transição ofensiva, com trajetórias variadas, forte nos duelos 1x1 e com várias soluções de remate exterior. A qualidade não tem idade e o Francisco é a prova disso mesmo. É atualmente um dos melhores jogadores da sua posição à escala mundial, sem exagero. E irá continuar a evoluir muito. Dá gosto vê-lo jogar, e como português mais ainda", elogia Nuno Alvarez.

Francisco Costa rumou a Alvalade com apenas 16 anos, vindo do FC Porto e imediatamente deu nas vistas. No primeiro ano, somou 263 golos (48 partidas), enquanto em 2022/2023 teve 292 remates certeiros em 49 jogos. Esta época, já leva são 169 remates certeiros em 25 partidas de leão ao peito, ocupando o primeiro lugar na lista de melhores marcadores do Campeonato, com 101 golos (em igualdade com Vinícios Carvalho e Délcio Pina).

Tal como o seu irmão Francisco, Martim Costa tem sido um dos pilares para a época do Sporting. Em 2022/2023, os 300 golos apontados fizeram do lateral-esquerdo o melhor marcador dos leões. Os dois irmãos já marcaram 83 golos pela Seleção A.

Contudo, Francisco e Martim Costa não serão os únicos irmãos a representar Portugal na Alemanha. A dupla de árbitros Roberto Martins e Daniel Martins irá estrear-se neste Campeonato da Europa, atingindo o ponto mais alto de uma longa carreira de 23 anos.

"[Esta nomeação] Significa um reconhecimento de um trabalho que temos vindo a desenvolver nos últimos anos. Depois de cinco Europeus da formação, chegou a hora de iniciarmos no nível sénior. Para nós é um marco importante", afirmou Roberto Martins aos canais de comunicação da Federação de Andebol de Portugal.

"Sempre foi um objetivo chegar ao patamar sénior das seleções nacionais e isso foi, agora, conseguido com muito trabalho, sacrifício e persistência. Quando soube da notícia fiquei feliz. No fundo, estávamos à espera de que este ano pudéssemos ser escolhidos para ir ao Campeonato da Europa", assumiu, por sua vez, Daniel Martins.

Irmãos
Irmãos "Martins" arbitram Euro 2024 de Andebol

Os candidatos do costume

A Dinamarca, um dos adversários de Portugal na fase de grupos, é um crónico candidato ao título europeu, apesar de 'só' ter ganho duas vezes a prova. A tricampeã mundial e campeã olímpica em 2016 tem como principais referências o guarda-redes Niklas Landin Johansen e o lateral-esquerdo Mikkel Hansen, por muitos considerado como o melhor andebolista de sempre.

Na opinião de Nuno Alvarez, outro dos principais favoritos é a França. Apesar do título olímpico em Tóquio2020, os gauleses não vencem um Mundial desde 2017 e um Europeu desde 2014, e terão um embate bastante complicado logo na primeira fase, precisamente frente à anfitriã Alemanha – campeã europeia pela última vez em 2016.

Impossível não mencionar, obviamente, a campeã europeia em título. Vinte anos após a última conquista, a Suécia recuperou há dois anos o cetro frente à então bicampeã Espanha (2018 e 2020), erguendo o troféu pela quinta vez, após uma final emotiva que terminou com 27-26, em Budapeste.

Também a Espanha estará, pelo menos, na luta por uma medalha. Nos últimos cinco europeus, a 'roja', que terá o benfiquista Migallón e o sportinguista Gurri, foi quatro vezes à final e ganhou duas. Quando não foi ao jogo do título, ficou com o bronze. E seleções como Alemanha e Noruega, ainda que noutro patamar, também poderão ter algo a dizer.

Dinamarca conquista Campeonato do Mundo de andebol pela terceira vez consecutiva
Dinamarca festeja a conquista do Campeonato do Mundo de andebol pela terceira vez consecutiva

Recorde de assistência batido

Independentemente do que acontecer neste Europeu, história já foi feita. Esta quarta-feira, dia em que arrancou a competição, foi batido o recorde de assistência numa partida, depois de terem estado presentes 53.586 espectadores na Merkur Spiel-Arena (Dusseldorf) para assistir aos dois jogos entre a Alemanha e a Suíça (27-14), e a França frente à Macedónia do Norte (39-29).

O estádio do Fortuna Dusseldorf, equipa da segunda divisão alemã, foi adaptado para receber o jogo de inauguração do Euro. Após a renovação para o Mundial de futebol de 2006, o recinto passou a ter cobertura amovível e a receber todo o tipo de eventos, entre os quais uma edição da Eurovisão.

O máximo anterior registado também tinha sido na Alemanha, em 2014, quando estiveram 44.189 pessoas a assistir ao jogo da Bundesliga, entre Rhein Neckar-Lowen e o Hamburgo.

Por cá, estes números estariam longe de se verificar – de recordar que Portugal será um dos organizadores do Euro2028 de andebol, a par da Espanha e da Suíça. Ainda assim, Miguel Laranjeiro considera que a modalidade tem vindo a suscitar cada vez mais interesse entre os portugueses.

"Tem havido um acompanhamento crescente. Mas queremos sempre mais", nota o presidente da Federação. "O que falta fazer? É uma questão de introduzir essa prática na nossa cultura desportiva, e isso começa desde cedo, nas escolas. Temos feito a nossa parte, junto dos agrupamentos escolares, das autarquias e da comunicação social. O facto de haver mais praticantes exige mais visibilidade e um desporto com mais visibilidade também acaba por chamar mais praticantes", conclui o dirigente.