O selecionador português de andebol, Paulo Pereira, renovou hoje contrato até 2025, no Porto, e traçou como principal desafio tentar chegar aos Jogos Olímpicos Paris2024, através de um bom desempenho no Euro2024, validando o sétimo apuramento consecutivo.
Paulo Pereira, de 58 anos, assumiu o cargo de selecionador nacional em 2016 e sob o seu comando a equipa das ‘quinas’ alcançou os melhores resultados de sempre, entre os quais o inédito apuramento para os Jogos Olímpicos Tóquio2020.
Sob o comando de Paulo Pereira, a seleção portuguesa conquistou o apuramento consecutivo para seis competições internacionais e obteve a melhor classificação no campeonato da Europa (sexto lugar em 2020) e do mundo (10.º em 2021).
“É um orgulho enorme poder continuar esta luta. Temos que estar orgulhosos, mas não totalmente satisfeitos, porque ainda podemos fazer mais”, disse o treinador, que liderou a seleção do 18.º lugar do ranking europeu, em 2016, para o 11.º.
O sexto lugar no Euro2020 permitiu a Portugal disputar a qualificação para Tóquio2020, no qual o andebol se tornou a primeira modalidade coletiva de pavilhão a apurar-se para os Jogos Olímpicos, e o desejo de Paulo Pereira é repetir o feito, que “está dependente de um bom desempenho no Euro2024”.
“O nosso objetivo é passar ao ‘main round’ [fase principal] do Euro2024 e obter a melhor classificação possível para poder aspirar a chegar outra vez aos Jogos Olímpicos [Paris2024], o que seria incrível”, disse Paulo Pereira.
O presidente da Federação de Andebol de Portugal (FAP), Miguel Laranjeiro, recorreu ao ‘chavão’ em “equipa que ganha não se mexe” para justificar a renovação “natural e lógica” com Paulo Pereira, que “aumentou a imagem positiva do andebol nacional”.
“Seriedade”, “foco”, “competência”, “ambição” e “capacidade de trabalho” foram algumas das características apontadas por Miguel Laranjeiro a Paulo Pereira, reforçando que ambos estão em sintonia no que diz respeito a objetivos e exigências.
Após as qualificações falhadas para o Europeu de 2018 e Mundial de 2019, já com Paulo Pereira, Portugal voltou a disputar o campeonato da Europa, em 2020, após 14 anos de ausência (desde 2006), melhorando o sétimo lugar que detinha desde 2000, conquistado na Croácia.
Em 2021 quebrou um ‘jejum’ ainda mais longo, no apuramento para o campeonato do Mundo, cuja fase final não atingia desde 2003, quando organizou o torneio, voltando a reescrever a história, ao terminar na 10.ª posição, melhorando o 12.º posto obtido na participação anterior.
Em 2022, na Hungria, a seleção portuguesa foi incapaz de repetir a proeza de 2020, muito por culpa dos danos que a pandemia de covid-19 provocou no grupo eleito por Paulo Jorge, e ‘caiu’ na primeira fase do Europeu, sem qualquer triunfo.
Já este ano, Portugal falhou por pouco o apuramento para os quartos de final do Mundial ao terminar na quarta posição da fase principal, após ter vencido o grupo na ronda preliminar e da boa réplica dada à anfitrião Suécia (32-30).
Em março, Portugal garantiu o apuramento para o Euro2024, sexta qualificação sucessiva para uma grande competição internacional, mas o selecionador Paulo Pereira aponta já para a sétima, os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.
Paulo Pereira, natural de Amarante (distrito do Porto), iniciou funções de treinador nos escalões de formação do Desportivo de Portugal, em 1982/83, após o que ingressou na equipa técnica do Boavista, como adjunto, em 1994/95.
O treinador ingressou no FC Porto, inicialmente como adjunto de Branislav Pokrajac e José Magalhães (de 1999/2000 a 2001/02), e em 2003 e 2004, já como técnico principal, sagrou-se campeão nacional pelos ‘dragões’, ao que somou uma Taça de Portugal, da Liga e Supertaça.
Paulo Jorge deixou o FC Porto em 2006, para treinar o CB Cangas, de Espanha (2006/07 e 2007/08), após o que abraçou o primeiro projeto de uma seleção, ao serviço da equipa feminina de Angola, que acumulou com as também formações femininas do ASA e 1.º de Agosto.
Com a seleção feminina de Angola, conquistou o título de Campeão de África em 2010, no Egito, e o 11.º lugar no Mundial da China em 2009. Como treinador do 1.º de Agosto venceu, em 2011, o primeiro título nacional da história do clube.
O treinador português saiu de Angola, em 2012, para orientar a seleção feminina da Tunísia e o Espérance de Tunis (2015/16), tendo sido nesta altura que assinou o primeiro contrato com a Federação de Andebol de Portugal (FAP), em 2016, rendendo Rolando Freitas.
Pela seleção feminina da Tunísia, voltou a sagrar-se campeão africano, em 2014, na Argélia, colocando fim a um longo jejum que durava há 38 anos, e antes de regressar à Europa ainda treinou a equipa masculina mais titulada, o Espérance de Tunis.
Acumulando funções com as de treinador do CSM Bucareste, Paulo Pereira conquistou pela equipa romena a Taça Challenge, em 2019, numa final disputada com o Madeira SAD do seu amigo e adjunto na equipa técnica nacional Paulo Fidalgo.
Em 2022, o selecionador voltou a acumular funções e orientou o Kuwait SC, tendo contribuído para a conquista do Campeonato Asiático de Clubes de andebol, o equivalente à Liga dos Campeões da Ásia, e uma Taça do Kuwait.
Do seu palmarés, ao serviço do andebol feminino, constam ainda uma Liga angolana, uma Supertaça de Angola, duas Taça das Nações Africanas e uma Taça das Taças Africana.
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