O treinador Ricardo Costa entende que existe espaço para a equipa de andebol do Sporting crescer e melhorar, após uma temporada de enorme sucesso com a conquista de um inédito ‘triplete’ do clube de Alvalade.
“Oxalá possamos ter a capacidade de manter os jogadores connosco, de sermos cada vez mais fortes e de irmos juntando atletas ainda com mais capacidade. Se possível, se tivermos de ser ainda mais fortes do que somos agora, existe esse espaço de melhoria. Acredito que os adeptos entendem isso e têm-nos ajudado nesse crescimento”, frisou.
Em entrevista à Lusa, no pavilhão Multidesportivo do clube, depois do término de uma temporada 2023/24 concluída com as conquistas de Supertaça, campeonato e Taça de Portugal, Ricardo Costa abordou já o futuro da equipa, da qual espera manter as bases.
“Mudanças que possam abalar a equipa, não acredito. Agora, estas mudanças também são importantes, até para o crescimento orgânico da estrutura. É normal que entrem e saiam jogadores, mas eu acredito que iremos conseguir manter a base da equipa. Acho que os adeptos podem estar sossegados em relação a isso”, assegurou ainda o técnico.
O maior desafio que o Sporting terá pela frente é a participação na Liga dos Campeões, principal prova continental, que reúne “as 16 melhores equipas do mundo”, ao mesmo tempo que procura revalidar o título nacional, o que, falhando, já será um “insucesso”.
“A Liga dos Campeões será muito complicada, porque são equipas com um orçamento muito superior e apostas muito fortes, mas acredito que temos a capacidade para lutar em cada jogo pela vitória”, assumiu, acrescentando: “Sobre o campeonato, teremos de voltar a conquistá-lo. Hoje, se perdermos o campeonato, já é uma época de insucesso. Teremos de continuar ambiciosos e com pés assentes para voltar a subir a montanha”.
Peças importantes num plantel sportinguista jovem destacam-se, para além do capitão Salvador Salvador, de 22 anos, os irmãos Martim e Francisco Costa, que têm crescido e sido figuras de relevo no panorama do andebol nacional sob orientação do próprio pai.
“Eles são dois dos melhores jogadores nacionais. Aliás, o Martim já provou ser um dos melhores laterais esquerdos do mundo. Quem é que, como treinador, não gosta de ter os melhores do mundo com ele? Por isso, esqueço um pouco que são meus filhos. São dois atletas muito competentes, que fazem parte de um grupo que ganhou os troféus. Todos tiveram a sua importância e isso, para mim, é fundamental numa equipa”, atirou.
No entanto, Ricardo Costa não nega que “é especial” poder orientar os filhos, embora, “como em tudo na vida, há momentos bons, há momentos maus, há momentos em que se pode estar mais aborrecido e outros em que tem de se dar uma palavra mais dura”.
“O que é igual para os outros é igual para os meus filhos. Enquanto pai, é especial para mim. Sinto um prazer enorme em ser seu treinador, mas eles são inteligentes também em perceber que fazem parte de uma equipa e conseguem ocupar o espaço deles. São suficientemente inteligentes para saber ajudar também o pai nessa tarefa”, expressou à Lusa.
Com uma carreira de jogador em que se notabilizou ao serviço do FC Porto, conquistando quatro campeonatos pelos ‘dragões’ (1998/99, 2001/02, 2002/03 e 2011/12), Ricardo Costa não esconde que o principal objetivo de carreira “era ser treinador de andebol”.
“Não digo que não gostei de ser jogador, claro que gostei muito, mas sempre tive um ‘bichinho’ de poder um dia ser treinador. Sempre me fascinou e mexia comigo. Tive o privilégio de ter grandes treinadores ao longo da carreira, que me foram ensinando, e tive também alguns que não foram tão bons e que também me ensinaram muita coisa, principalmente o que não devíamos fazer. Dá-me muito gozo, até pela maturidade que já vou tendo. A maturidade traz-nos ainda um outro saborear do momento”, salientou.
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