Joaquim Sérgio Pina tomou hoje posse enquanto presidente da Federação Portuguesa de Judo (FPJ) e na lista de prioridades para o novo quadriénio estão o equilíbrio das contas e um novo espaço para os judocas treinarem.
“O espaço foi melhorado substancialmente, a sala de judo do [Estádio Nacional do] Jamor, que foi criada com ar forçado nov, já conseguem lá treinar 100 judocas sem haver condensação. Agora, é uma sala que não tem luz natural, é uma sala numa subcave”, apontou Sérgio Pina.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da FPJ reconheceu que “é preciso ter consciência do país” e das suas condições, assim como de “quem tutela, que dá tudo o que tem”, mas admitiu que ainda assim vai lutar por um novo espaço.
“Se conseguirmos ter um espaço que, eventualmente, seja nosso e só do judo, vai ser um dos grandes objetivos”, assumiu Sérgio Pina, que disse ter “consciência plena” de que a federação “precisa de gerir uma dívida”, que “limita muito” os movimentos.
Nesse sentido, apontou o segundo grande objetivo do seu mandato: “o grande rigor financeiro”.
A dívida, adiantou à agência Lusa, “deve rondar os 700.000 euros” e tem a ver com provas internacionais que foram contratualizadas e que não houve a preocupação de garantir o apoio dos FI, ou seja, o valor que tem de ser pago à federação internacional”.
“Estas duas [novo espaço e estabilização financeira] são aquilo que me preocupa em todos os segundos do dia que tenho, porque, depois, tudo o que tem a ver com a planificação, com o treino e a formação e a deteção de talentos está já numa organização e num patamar que precisamos de definir só, se calhar, alguns pormenores”, apontou.
Por isso, reconheceu, “do ponto de vista de presidência e de direção da federação, haverá alguém que irá assumir muito mais uma parte”, a desportiva, para que Sérgio Pina fique com as duas “grandes preocupações”, embora, acrescentou, “não haja nada centralizado em pessoas, será sempre trabalho de equipa”.
Sérgio Pina, natural de Viseu, cidade que acolheu a tomada de posse dos novos órgãos sociais da FPJ, assumiu também que foi uma forma de “descentralizar” a modalidade.
O dirigente disse que, “durante uma fase, esteve muito centralizado em Coimbra e num eixo que tinha também Setúbal, Santarém e Lisboa, onde está a maior percentagem da demografia do judo”, mas não pode ser “descurado que há judo de norte a sul e às ilhas” de Portugal.
No seu discurso de tomada de posse, Sérgio Pina disse ainda que o “passado turbulento” da FPJ “ficou para trás” e agora, o futuro, “é com muito trabalho, com muito problema para resolver para, em quatro anos, haver um balanço muito positivo”.
Para o futuro, anunciou, está também “formação ao mais alto nível para todos” e o “arranque de um curso de nível quatro para treinadores, o nível mais alto que existe” para quem treina atletas.
Joaquim Sérgio Pina foi eleito em 12 de outubro com 31 votos, contra 18 de José Mário Cachada e oito da lista liderada pelo ex-presidente federativo Jorge Fernandes, num escrutínio que contou ainda com dois votos nulos.
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