Os selecionadores portugueses de judo, Ana Hormigo e Pedro Soares, consideraram hoje que a expectativa “era muito mais elevada” do que as quatro medalhas conquistadas nos Europeus de Lisboa, uma de ouro e três de bronze.
Na vertente feminina, Telma Monteiro (-57 kg) arrebatou, nesta edição em solo português, a sua sexta medalha de ouro em provas continentais, totalizando 15 em outras tantas participações, enquanto Bárbara Timo (-70 kg) e Rochele Nunes (+78 kg) conquistaram o ‘bronze’, tal como João Crisóstomo (-66 kg), nos masculinos.
“Sinceramente, tínhamos uma expectativa muito mais elevada, sabíamos que podíamos muito mais. Acabamos com quatro, a expectativa era grande, mas estamos muito felizes. Só tenho pena de termos igualado e não termos superado 2008”, sublinhou Ana Hormigo, a lembrar os Europeus de Lisboa desse ano, que terminaram com um ‘ouro’ e três ‘bronzes’, entre os quais o da própria.
Entre as mulheres, a antiga judoca sublinhou que outras atletas “tinham sempre possibilidade de chegar às medalhas” e que sair insatisfeito “é uma característica do alto rendimento”, apontando agora para um descanso, pois há “muito trabalho pela frente”, com vista aos Mundiais e aos Jogos Olímpicos, a “prova ‘fogo’ deste ano”.
“Sabíamos que tínhamos uma equipa de ‘ouro’ para entrar nesta competição, mas também sabíamos que muitas delas vinham de lesão, até mesmo a Telma. No entanto, sei a capacidade psicológica delas e estávamos à espera de que se superassem aqui”, frisou.
Já Pedro Soares, num balanço global da seleção masculina, afirmou que é preciso “aceitar e admitir” que a prestação “ficou um bocadinho aquém das expectativas”, apesar do “resultado muito positivo” de João Crisóstomo, “o melhor resultado da carreira dele”.
“O Anri Egutidze fez uma prova muito boa, com um sorteio duríssimo. Venceu o campeão do mundo e o campeão olímpico e, mesmo assim, não chegou para ficar em terceiro. O Jorge [Fonseca] ficou um bocadinho mais aquém, mas penso que, com uma medalha nos masculinos, num campeonato da Europa em casa e com a qualidade que tem a nossa seleção masculina, ficámos um bocadinho aquém das expectativas”, analisou.
O antigo judoca, que venceu quatro medalhas em Europeus, duas de ‘prata’ e outras de ‘bronze’, partilhou a mesma frustração do campeão mundial Jorge Fonseca com a arbitragem no seu último combate, mas entendeu que “não é isso que determina” a sua sétima posição.
Rodrigo Lopes e João Crisóstomo ainda têm aspirações de entrar na qualificação olímpica, que só fecha depois do Campeonato do Mundo, em junho, em Budapeste, e, “enquanto matematicamente for possível”, vão “acreditar” e dar “todo o apoio para que isso seja possível”.
Em relação aos atletas mais jovens, com pouca ‘rodagem’ em provas desta dimensão, Pedro Soares considerou que se portaram “muito bem” e que “estiveram à altura do evento”, esperando que sirva de “arranque para uma carreira ao nível dos outros atletas” mais experientes.
Os Europeus de judo, que se iniciaram na sexta-feira e terminaram hoje, na Altice Arena, em Lisboa, contaram com a participação de 18 portugueses (nove masculinos e nove femininos), num total de 359 atletas, oriundos de 45 países.
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