A despedida dos Mundiais de judo, com uma vitória e uma derrota, deixaram um “sabor a pouco” para Joana Diogo, com a atleta a recordar que venceu ainda este ano a adversária mongol que hoje a eliminou.
“Sabe a muito pouco. Principalmente, porque já tinha ganho a esta mongol, com quem perdi agora. Também já tinha perdido, mas estava preparada para ela, sabia que ia ser muito difícil, até porque ela é muito física, é daquelas com quem tinha que estar o combate todo com muita atenção e tinha que ir com a estratégia bem definida”, analisou no final a judoca conimbricense.
Joana Diogo, que competiu em -52 kg e entrava em Tashkent no seu quinto Mundial, tinha bem a noção do poderio de Bishrelt, que minutos antes tinha afastado a húngara Reka Pupp, ao fim de quase 12 minutos (quatro regulamentares e quase oito no prolongamento).
A estratégia estava estudada e o alerta bem visível para a técnica de ‘elevação’ da mongol – que já tinha sido tentada frente a Pupp, que se esquivou -, mas Joana Diogo foi cedo surpreendida na luta de pegas.
“Eu sabia que lhe tinha que baixar a manga direita, e foi na primeira disputa de pega, ela conseguiu a minha manga direita, e eu, depois, já não estava tão livre para conseguir a dela. Foi na primeira disputa de pega, não houve nenhum ‘mate’ [paragem], ela dominou a minha pega e foi por isso que conseguiu fazer o que é muito boa a fazer”, justificou.
Antes, a judoca do Judo Clube de Coimbra tinha conseguido ser a primeira portuguesa a vencer um combate nestes Mundiais, depois de afastar uma adversária da casa, a uzbeque Sita Kadamboeva, num combate resolvido no chão.
“Tinha a minha estratégia, também vi que era possível projetar em duas ou três técnicas que faço bastante bem, mas por acaso aconteceu a oportunidade de ne-waza [técnicas no chão], ela quis subir, eu meio que deixei, guardo sempre uma pernita ali no meio e, depois, faço a minha viragem, que já é meio habitual”, contou.
Após estes Mundiais, a judoca portuguesa deverá marcar agora presença nos Grand Slam de Abu Dhabi (21 a 23 de outubro), e, possivelmente, de Baku (04 a 06 de novembro), além de tentar estar no Masters, numa fase em que a meta é subir no ‘ranking’ com vista ao apuramento para os Jogos Olímpicos Paris2024.
“Claro que sim. É caminho aos Jogos Olímpicos, os objetivos vão mudando a cada etapa que vamos conseguindo, por isso para já é ir subindo no ranking”, anteviu.
Nos Mundiais, no sábado, e com Telma Monteiro (-57 kg) a recuperar de uma cirurgia ao joelho, a seleção lusa não terá judocas em ação, e apenas no domingo será a vez de Bárbara Timo (-63 kg) e João Fernando (-81 kg).
Anri Egutidze (-90 kg) competirá na segunda-feira, o bicampeão mundial em título Jorge Fonseca (-100 kg) na terça-feira e Rochele Nunes (+78 kg) na quarta-feira, enquanto na quinta-feira a prova fecha com as equipas mistas, mas sem Portugal.
No primeiro dia, Rodrigo Lopes (-60 kg) e a vice-campeã europeia Catarina Costa (-48 kg) foram eliminados ao primeiro combate.
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